Baal HaSulam queria que seus discípulos cantassem melodias cabalístias, em vez das melodias que as pessoas estavam habituadas a cantar. Então ele seguiu o exemplo do seu professor e também criou tais melodias e as ensinou aos seus discípulos.
A maioria destas melodias se relacionam aos "dias de arrependimento", Rosh haShana, ano novo e Yom Kipur, o dia da expiação, porque vemos que as melodias que são habitualmente cantadas em sinagogas durante os dias de Rosh hashaná e Yom Kipur não exprimem suficientemente o estado interior da pessoa que existe no grau espiritual chamado Rosh haShaná ou Yom Kipur.
A impressão e inspiração que estas ascensões evocam dentro da pessoa são muito maiores que aquilo que é expresso nas canções cantadas pelo povo. Foi por isso que Baal HaSulam fez um esforço especial e criou novas melodias, de longe mais próximas desse grau espiritual, por exemplo, Hamol Al Maasecha, Hinei Ke Chomer, Be Yad a Yochér, que cantamos em Yom Kipur. Estes graus, esta inspiração, extase, são muito mais fortes que é habitual entre as pessoas.
Porém, tudo isto se relaciona a um cabalista e aqueles que querem ser inspirados por estas canções, a de algum modo experimentarem a inspiração e deleite, embora não alcancem ainda isto na prática. E depois usam este método. É por isso que ensinamos estas melodias, até aos principiantes, lhes explicando o que cada uma delas contém.
A coisa mais importante na música cabalística não são as notas em si, mas todas estas delicadas nuances que existem entre elas. Aprendemos que há Ta'amim (sabores), Nekudot (pontos debaixo das letras), Tagin (coroas por cima das letras) e Otiot (letras). O que são letras? Letras são exactamente as mais delicadas nuances formadas no fundo da inteira impressão do Kli da Luz. Estas são chamadas letras, impressões de Reshimot deixando o Kli e entrando de novo nele, tal como a Luz abandonava o Kli. Esta breve impressão dentro e fora, na partida da Luz, é chamada "uma letra," ou seja um símbolo, a maior parte informativa.
É o mesmo com os sons. Quando tocamos estes sons, estas melodias, há uma grande diferença entre aquele que sabe e aquele que é ignorante, entre aquele que toca correctamente e aquele que toca bem e nisso reside quanto uma pessoa entende onde as coisas importantes se encontram. O que é mais importante não reside nos sons, mas nos mais pequenos símbolos, em como o som começa e termina e não no som em si mesmo.
Lamentavelmente, longe disso qualquer um está pronto para exprimir isto. Tive um estudante maravilhoso, que me era muito próximo, Vitalik. Ele tocava violino. Então me disse: "Estou pronto para tocar somente sob a condição que você segura a minha mão." E isto está certo.