Artigo 28, 1988
Midrash Rabá, Rute (Capítulo 2:11) pergunta: “Um versículo diz: 'Porque o Senhor não abandonará o Seu povo e não deixará a Sua herança', e outro versículo diz: 'Pois o Senhor não abandonará o Seu povo pelo bem do Seu grande nome.' Rabi Shmuel Bar Nachmani disse: 'Às vezes Ele faz isso pelo bem do Seu povo e Sua herança, e às vezes Ele faz pelo bem do Seu grande nome.' Rabi Ibi disse: 'Quando Israel são dignos – pelo bem do Seu povo e da Sua herança. Quando Israel não são dignos - pelo bem do Seu grande nome. E nossos sábios disseram: ‘Na terra de Israel, pelo bem de Seu povo e herança. No estrangeiro, pelo bem do Seu grande nome, como foi dito: ‘Pelo Meu bem, Pelo Meu bem o farei.’’”
Devemos compreender o significado de “Seu grande nome” e o significado de “Seu povo e Sua herança”. Devemos também compreender a diferença entre “no estrangeiro”, atribuído ao Seu grande nome, e “a terra de Israel”, que é “pelo bem do Seu povo e da herança”.
Dizem-nos para acreditarmos na Sua orientação – que Ele lidera o mundo como bom e fazendo o bem. Devemos acreditar que o propósito da criação foi porque Ele deseja fazer o bem às Suas criações. Devemos acreditar mesmo sofrendo aquilo que a Providência nos manda sentir. No entanto, devemos acreditar que as punições que sofremos por não observarmos as Mitsvot [mandamentos/boas ações] do Criador, que o Criador nos ordenou, essas punições não são por vingança, como ocorre entre os de carne e osso, que punem porque sua honra foi manchada quando suas ordens são desobedecidas. Em vez disso, aqui há uma questão de correção.
Isto é, os tormentos que uma pessoa sofre por não observar os mandamentos do Criador é porque a entrega da Torá e Mitsvot foi pelo bem do homem. Através deles, ele receberá Kelim [vasos] que possam receber o deleite e o prazer que o Criador preparou para as criaturas. Por esta razão, quando uma pessoa não observa a Torá e Mitsvot, ela é desprovida daqueles Kelim. Portanto, o Criador lhe envia sofrimento para que ela assuma sobre si a Torá e Mitsvot. É como disse Baal HaSulam, que devemos acreditar que o pecado é o castigo e o castigo é a correção. Isto é o oposto da visão comum.
É como diz o Nahmanides (apresentado em O Estudo das Dez Sefirot, Parte 1,Histaklut Pnimit, Item 1), "Nahmânides já nos havia explicado a questão de Sua singularidade, conforme expresso nas palavras 'Um, Único e Unificado'. Há uma diferença entre 'Um', 'Único' e 'Unificado'. : Quando Ele se une para agir com uma força, Ele é chamado de 'Unificado'. Quando Ele se divide para realizar Seu ato, cada parte Dele é chamada de 'Única'. Quando Ele está em uma uniformidade única, Ele é chamado de 'Um'. Interpretação: Unindo-se para agir com uma força, quando Ele trabalha para doar, como é apropriado à Sua unidade, e Suas operações são imutáveis. Quando se Ele divide para realizar Seu ato, ou seja, quando Suas operações diferem, e Ele parece que faz o bem e o mal, Ele é chamado de “Único”, já que todas as Suas diferentes operações têm um único resultado: fazer o bem. Descobrimos que Ele é único em cada ato e não muda por meio de Suas diversas ações. Quando Ele está em uma uniformidade única, Ele é chamado de ‘Um’. ‘Um’ aponta para Sua essência.” Ele também escreve lá: “'Um' indica uma única uniformidade. ‘Único’ implica que todas essas multiplicidades estão Nele tão únicas quanto a Sua essência. ‘Unificado’ mostra que embora Ele realize muitas ações, uma força executa todas elas, e todas elas retornam e se unem na forma de ‘Único’”.
Vemos que toda a Orientação está na forma de correções. Embora seja difícil entender isso, devemos assumir a fé nos sábios, o que é chamado de “Torá [lei] oral”. Isto é, devemos acreditar no que eles nos dizem sobre o que fazer e em que acreditar, e devemos seguir os seus pontos de vista cegamente e sem crítica, porque a nossa razão não consegue compreender os caminhos da Sua Providência. Assim, tudo deve ser em fé acima da razão, e especificamente por isso somos então recompensados com o deleite e o prazer, uma vez que seguimos os caminhos dos sábios, que determinaram para nós qual caminho e conduta seguir, e não o caminho e conduta de como nosso intelecto entende.
Especificamente nesta conduta de acima da razão, somos mais tarde recompensados com a sensação nos órgãos de que o Criador conduz o mundo de uma maneira boa e de fazer o bem. Nesse momento não precisamos acreditar porque já conseguimos sentir isso, e então nós mesmos testemunhamos que a criação do mundo foi com a intenção de fazer o bem às Suas criações.
Devemos acreditar que o Criador lidera o mundo como Elokim [Deus], que é chamado Teva [natureza], como está escrito, a Gematria de “natureza” é “Deus”, que é a qualidade do julgamento.
Deus é a qualidade do julgamento, e HaVaYaH [o Senhor] é a qualidade da misericórdia. Consequentemente, para o mundo em geral, que não acreditam no Criador, que dizem que a orientação do mundo segue a qualidade da natureza, que a natureza determina a orientação do mundo. Porém, não dizem que a natureza é Deus, mas que é natureza, sem líder algum. Vemos que esta natureza, que o Criador criou com a qualidade do julgamento, não tem misericórdia no julgamento, uma vez que a natureza não tem intelecto para pedir misericórdia para que não nos castigue tão severamente por sermos tão fracos que não conseguimos seguir seus mandamentos.
A resposta para isso é “Não há misericórdia no julgamento”. Por exemplo, se alguém joga seu amigo na água, e a água quer afogá-lo, ele diz à água: “É minha culpa que o meu amigo me tenha jogado para o teu domínio? Portanto, peço que tenhas piedade de mim, pois tenho uma família grande, com muitos filhos e não tenho ninguém para cuidar deles. Então, por favor, perdoa-me por entrar no teu domínio.” A resposta é “Não há misericórdia no julgamento” para aqueles que quebram as leis da natureza, que é Deus, que é a qualidade do julgamento. É assim que está escrito: “O julgamento perfurará a montanha [a justiça deve ser feita a todo custo]”. Somente aqueles que acreditam que a natureza é Deus, ou seja, que existe um líder para a natureza, através da oração, podem induzir a mudança na natureza, uma vez que existe um senhorio para a natureza e, portanto, Ele pode mudar a natureza.
Está escrito (Taanit 25a) que quando o Rabi Hanina Ben Dosa viu na véspera do Shabat [sábado] que sua filha estava triste, ele disse para ela: “'Minha filha, por que estás triste?' Ela disse para ele: ‘Eu troquei o pote de óleo pelo pote de vinagre e coloquei o vinagre na vela. A vela se apagará e escurecerá no Shabat.’ Ele respondeu: ‘Aquele que disse para o óleo: ‘Queima!’ dirá ao vinagre: ‘Queima!’’”
Vemos que quem acredita que a natureza tem dono pode mudar a natureza. Por esta razão, aqueles justos para quem a natureza é considerada Deus, o que significa que o Criador é o senhorio da natureza, através da sua oração, o Criador muda a natureza por causa deles. É por isso que oramos ao Criador para nos ajudar a mudar a natureza, o que significa que até quando, no que diz respeito à natureza, todos os médicos tenham desistido daquela pessoa, e a medicina não lhe dê nenhuma chance de recuperação, o Criador ainda pode curar e mudar a natureza.
Está escrito (Berachot 10), “Mesmo que uma espada afiada seja colocada no teu pescoço, ele não deve negar misericórdia a si mesmo”. Embora da perspectiva da natureza haja um julgamento de que ele certamente morrerá, um judeu acredita que existe um líder para a natureza e que Ele tem misericórdia, que é chamado HaVaYaH. Portanto, eles disseram, “ele não deveria negar misericórdia a si mesmo”. Este é o significado das palavras “HaVaYaH é Elokim”[o Senhor é Deus].
Por outro lado, aqueles que dizem que a natureza não tem senhorio e não há quem a lidere não têm misericórdia no julgamento. Portanto, eles não têm queixas para com a natureza porque não há ninguém com quem ficar zangado, já que ela não tem mente com quem você possa falar ou pedir misericórdia.
Isto é semelhante a um antigo costume: antes da invenção dos sinais de trânsito como meio de colocar ordem no trânsito, os policias ficavam de pé e agilizavam o trânsito. Naquela época, muitas pessoas ficaram irritadas e reclamaram dos policias por não fazerem seu trabalho corretamente e por não perceberem a fila de carros. Às vezes, uma pessoa se aproximava do policia e pedia um favor, já que tem um doente em casa, etc., ou pedia algum tratamento especial, e o policia agia de acordo com seu próprio julgamento. Naquela época todos pensavam que os policias não trabalhavam muito bem. Muitas pessoas estavam felizes e muitas outras não.
Mas hoje, o policia sinaleiro do tráfego tornou-se inanimado, estúpido. Então, agora cada um aceita o veredicto do sinal (semáforo), e ninguém se irrita com ele ou lhe pede favores. Por exemplo, às vezes uma ambulância conduz uma pessoa doente que deve ser levada à pressa para o hospital em situação de vida ou de morte. Ele não fala para o sinal da estrada, que é semelhante à natureza, “agilizando a conduta da criação”, para deixá-lo passar, pois é ele semelhante à natureza, que é julgamento, e não há misericórdia no julgamento.
Assim, podemos compreender que quando o Criador quis que o mundo físico existisse e que as espécies continuassem, e que as gerações continuarão em sucessão e o homem não poderá estragar a ordem da existência do mundo, por esta razão, Ele criou o mundo como “natureza”. Uma vez que ela não se revela como uma orientação ordeira e todos pensam que não existe senhorio para o mundo, e que o homem pode fazer o que quiser, pois quando não sabem que existe um senhorio que zela pelo mundo, cada um faz o que lhe agrada e eles podem estragar o mundo. E o que fez Ele? Ele revelou a recompensa e o castigo. Ou seja, quem quiser infringir as leis da natureza, as quais Ele fez, será imediatamente punido. E se observarem as leis da natureza, serão recompensados pelo seu trabalho. Isso é chamado de “recompensa e punição reveladas”.
Por esta razão, no mundo físico, devido à correção chamada “equivalência de forma”, é proibido receber para si mesmo. Em vez disso, como está escrito (Avot, Capítulo 2:17), “Todas as suas ações serão pelo bem do céu.” Visto que o maior prazer é quando uma pessoa sente que está no palácio do Rei e fala com o Rei, e visto que qualquer recepção de prazer deve ser para o bem do Criador e não para o próprio bem, isso significa que uma pessoa deve se direcionar – enquanto recebe o prazer – receber porque o Criador deseja que as criaturas desfrutem. Mas para si mesma, ela abriria mão do prazer.
Sabe-se que quanto maior o prazer, mais difícil é abandoná-lo. Por esta razão, se o Criador fosse revelado e eles não tivessem que acreditar Nele, seria impossível para o homem ser capaz de se direcionar em prol de doar, uma vez que uma pessoa é absolutamente incapaz de dizer que se o Criador não quisesse que nos aproximássemos Dele e que sentíssemos como falamos para Ele, de que abdicaríamos do prazer desse encontro.
Assim, foi feita uma ocultação, para que houvesse lugar para a escolha. Isto é, devemos acreditar que “toda a Terra está cheia da Sua glória”. Antes de uma pessoa ser recompensada com vasos de doação, a pessoa não pode ter fé permanente, como é dito na “Introdução do Livro do Zohar”. Por esta razão, existe uma Tzimtzum [restrição] e ocultação da espiritualidade. E para não haver corrupção no mundo, a recompensa e o castigo são revelados.
Por outro lado, se a recompensa e a punição na espiritualidade fossem reveladas, não haveria qualquer necessidade de observar a Torá e Mitsvot pelo bem do Criador. Em vez disso, a razão que obriga a observar a Torá e Mitsvot permaneceria em Lo Lishmá [não pelo Seu bem]. Isto é, onde há recompensa e punição reveladas, o que é chamado de “Providência aberta”, não há necessidade de observar a Torá e Mitsvot porque o Criador nos ordenou que o fizéssemos, e queremos fazer a Sua vontade, e não por causa de recompensa e punição.
Já que devemos observar a Torá e Mitsvot porque “Ele é grande e dominante”, é um grande privilégio se pudermos fazer Sua vontade e observar Seus mandamentos. Mas se a recompensa e o castigo fossem revelados, não nos importaria quem nos dá a recompensa ou o castigo. Segue-se que, se assim fosse, o homem não teria escolha quanto a alcançar Dvekut [adesão] com o Criador, pois ele não teria necessidade disso porque a recompensa e a punição instruiriam o homem a manter as regras. A recompensa e o castigo são como as duas pernas do homem, pelas quais ele caminha e avança em direção à meta a que suas pernas o conduzem, pois de um lugar onde sente sofrimento, que é um castigo, ele corre, e para um lugar onde ele sente que pode obter deleite e prazer, ele corre.
Naturalmente, nesse momento ele não precisa saber quem é o senhorio do mundo, pois o que lhe acrescentará saber que existe um líder para o mundo; ele só estaria interessado em exames minuciosos de prazer e sofrimento. Onde alguém pode obter mais prazer, nisso ele está imerso, e todos os seus cálculos na vida são apenas sobre esses assuntos. Por esta razão, o Criador se escondeu na Torá, o que significa que ao se envolver na Torá ele pode encontrá-Lo, caso contrário Ele estará oculto.
Segue-se que para o mundo inteiro, que não tem conexão com a espiritualidade e Ele está escondido deles, Ele deve liderar o mundo com a Providência aberta, o que significa que a recompensa e o castigo serão revelados. Naturalmente, eles não estragarão as condutas da criação, pois o Criador criou o mundo na natureza, e dizem que não há senhorio aqui, mas apenas a natureza – que é aparentemente inanimada – que é a líder do mundo.
E quando não há senhorio a temer, cada um faz o que lhe agrada e pode estragar a criação. (Mas porque o Criador) lidera (o mundo inteiro) na Providência aberta, naturalmente, eles observarão todas as condições que a natureza estipula, ou a natureza os punirá. Segue-se que Ele pode estar oculto e todos fazerem a Sua vontade, pois Ele organizou o mundo pela natureza, que é chamada “Deus”, “a qualidade do julgamento”. Sucede-se que Ele está oculto e a recompensa e o castigo estão revelados.
Isto não acontece na espiritualidade, onde Ele quer ser revelado aos inferiores. Nesse momento a Providência é coberta, o que significa que a recompensa e o castigo não são revelados. Em vez disso, é preciso acreditar que existem recompensas e punições. Por que estão ocultas a recompensa e a punição? É porque Ele quer que eles O busquem, o que significa que a qualidade de “grande e dominante” irá compeli-los a se envolverem na Torá e Mitsvot, e não a recompensa, mas sim que tudo será Lishmá [pelo Seu bem], ou seja, que o Criador é a razão para se envolver na Torá e Mitsvot porque esta é a Sua vontade.
Por outro lado, se sentirmos recompensa e punição enquanto observamos os Mitsvot, isso é chamado Lo Lishmá, como está escrito: “Desejai os Seus mandamentos” (Salmos 112:1). Eles interpretaram Seus mandamentos e não a recompensa por Seus mandamentos, mas sim observar porque o Criador ordenou fazer e uma pessoa quer trazer contentamento ao Criador, e é por isso que ela observa Seus mandamentos. É como diz o RADAK lá: “Desejai por Seus mandamentos” são os Mitsvot positivos [mandamentos para certas ações]. Ele as faz de boa vontade, por amor ao Criador, que lhe ordenou que as fizesse. Por esta razão, ele diz, “deseja”, significando que ele persegue o Mitsvá [singular de Mitsvot] e se esforça para fazê-lo com todas as suas forças, com seu corpo e sua riqueza.
Consequentemente, onde quisermos que o próprio Criador seja revelado a uma pessoa na forma de Dvekut, a recompensa e a punição estão na orientação oculta. Caso contrário, ele não terá necessidade de se conectar com Ele. Em vez disso, eles observariam a Torá e Mitsvot por causa de seu próprio benefício, e disso eles obterão satisfação em suas vidas. Mas onde é impossível que eles estejam interessados em saber se existe um líder ou não, o que significa que o mundo é governado apenas por coisas corpóreas, segue-se que o Criador está escondido ali porque eles não têm necessidade de saber se existe um senhorio e um líder para o mundo. Em vez disso, dizem que o líder é a natureza, como se fosse inanimado.
E o que fez o Criador para não estragar a ordem da natureza? Ele colocou uma correção na natureza, e essa correção é chamada de “recompensa e punição reveladas”. Esta é uma proteção estrita para que eles não estraguem a natureza que o Criador criou.
Por esta razão, deveríamos dizer que onde o Criador permanece oculto, a recompensa e o castigo são revelados. E onde o Criador deve ser sentido entre os inferiores, a recompensa e o castigo devem ser ocultados dos inferiores.
Agora podemos interpretar o que perguntamos: O que significa o que eles disseram sobre o versículo: “Porque o Senhor não abandonará o Seu povo”, por duas razões: 1) pelo bem do Seu povo e da Sua herança, 2) pelo bem do Seu grande nome.
Perguntamos: Qual é a diferença entre eles? Nossos sábios disseram (Masechet Sanhedrin 98) sobre o versículo: “’Pelo Meu bem, Pelo Meu bem o farei’, Rabi Alexandri disse, 'Rabi Yehoshua Ben Levi Rami, 'Está escrito, a seu tempo' e está escrito 'Eu o apressarei'. .' Se eles forem recompensados, eu o apressarei. Se não forem recompensados, a seu tempo.’’” Deveríamos interpretar o significado de “Eu o apressarei”. Aprendemos que as criaturas devem ser recompensadas com o propósito da criação, que é fazer o bem às Suas criações, e todo o nosso trabalho é corrigir-nos com vasos de doação, pois somente naqueles Kelim as luzes superiores podem se vestir, então haverá equivalência de forma entre a luz e o Kli. Esta é a correção da Tzimtzum, para não ter o pão da vergonha. Segue-se que está ao alcance do homem corrigir isso.
Isto é chamado de “acelerar a concretização da meta”, que é fazer o bem às Suas criações. Só podemos fazer isto anulando a autoridade, e só então é possível receber tudo para doar. Por esta razão, quando o Criador concede a abundância, Ele a concede ao “Seu povo e à Sua herança”. Isto é, tudo é considerado como Seu, e o inferior não tem autoridade própria porque anulou a sua própria autoridade. Por esta razão, “Ele não abandonará”, mas antes outorga ao “Seu povo e Sua herança”.
Mas se eles “não são recompensados”, o que significa que não querem anular a sua autoridade e são indignos de receber a abundância, isto é chamado “a seu tempo”. Nesse momento, o Criador trabalha “pelo bem do Seu grande nome”, e o nome do Criador é Bom e Benevolente. Por esta razão, Ele lhes outorga porque é bom e faz o bem, que é chamado de “Seu grande nome”.
Este é o significado do que está escrito: “Nossos grandes sábios dizem: ‘Na terra de Israel, pelo bem do Seu povo e de Sua herança. No estrangeiro, pelo bem do Seu grande nome.” Qual é a relação no trabalho entre “a terra de Israel” e “Seu povo e Sua herança”? No trabalho, “a terra de Israel” é quando uma pessoa já foi recompensada com todas as suas ações serem Yashar-El [direto ao Criador], e ela não faz nada para si mesma. Segue-se que “O Senhor não abandonará”. Em vez disso, Ele lhes concede deleite e prazer porque eles têm vasos de doação. É por isso que eles são chamados de “Seu povo e Sua herança”, já que não têm autoridade própria.
Por outro lado, no estrangeiro, enquanto ainda não estão na terra de Israel, quando as suas ações ainda não são pelo bem do Criador, chamado Yashar-El, é apenas por um despertar do alto, considerado “da parte do superior”, cujo propósito é Sua vontade de fazer o bem às Suas criações. Isto é chamado “a seu tempo”, e é chamado “pelo bem do Seu grande nome”, onde Seu grande nome é o nome do Criador, que é O Bom que Faz o Bem. Além disso, “grande” significa Chesed [misericórdia], significando que Sua conduta é doar. Por esta razão, “O Senhor não abandonará” apenas na perspectiva do despertar do alto, pois na perspectiva dos inferiores, eles ainda não são dignos de que o Criador lhes conceda deleite e prazer.
Segue-se, portanto, que em todas as descidas que uma pessoa sofre no trabalho, ela deve acreditar na recompensa e no castigo, embora não veja. Em vez disso, ela deve acreditar que o Criador não a abandonará, mesmo quando ela estiver em descida. Embora seja um castigo quando o Criador a afasta do trabalho, já que o fato de ela não sentir nenhum sabor no trabalho é apenas porque o Criador a expulsou, para que a pessoa não pense que agora ela não quer ser uma trabalhadora do Criador, mas é o Criador quem não o quer. Ele deve acreditar que isso é um castigo, mas também deve acreditar que não é por vingança, mas sim por correções pelas quais ela será recompensada ao ascender e alcançar a meta desejada.