Baal HaSulam explicou o tema duma oração de muitos como uma pessoa orando pelos muitos; a isto se chama “uma oração de muitos.” ´É por isso que uma oração de muitos é chamada “um tempo de boa vontade.” Quando alguém ora por si próprio, fica nervoso e pergunta-se se a sua oração é verdadeiramente digna de ser aceite. Mas quando ora pelo público, torna-se irrelevante observar-se e ver se é digno que a sua oração seja respondida, uma vez que não está a pedir nada para si próprio, mas somente para o público. É por isso que foi dito que uma oração de muitos é chamada “um tempo de boa vontade” e a sua oração é respondida.
(RABASH, "A Importância da Oração de Muitos")
Este é o sentido da oração no público, que um não se deve excluir a si mesmo do público e pedir para si mesmo, nem sequer para trazer contentamento ao seu fazedor, mas somente pelo público inteiro. Aquele que abandona o público e pede especificamente pela sua própria alma não constrói. Pelo contrário, ele inflige ruína sobre sua alma, como em (Midrash Rabá, Cap 7, item 6), “Todos aqueles que são orgulhosos,” etc., pois não pode haver um que se retira do público senão com um adorno de orgulho. Ai dele, pois ele inflige ruína sobre sua alma. Até durante a obra, quando um ora sozinho, contra sua vontade ele abandona o público e arruína sua alma. Isto é, não há sequer um despertar de qualquer um dos filhos de Israel para exigirem qualquer coisa de pessoal, pois nenhum precisava de coisa alguma pois eles não se sentiam como seres separados, e este era seu poder para sair fora do Egipto com uma poderosa mão. Logo, cada um deve se reunir com toda a sua força no todo de Israel com todo o apelo ao Criador na oração e no trabalho. Certamente, ele se deve incluir a si mesmo no único, a raiz de toda Israel.
(Baal HaSulam, "Não está na Hora de Reunir o Rebanho")
Se alguém pede ao Criador que lhe dê vasos de doação, como os nossos sábios disseram, “Como Ele é misericordioso, sejam misericordiosos, também,” dever-se-ia orar pelo colectivo no seu todo. Isto é por que então é evidente que o seu objectivo é para que o Criador lhe dê vasos de pura doação, como foi escrito, “A misericórdia do Criador é sempre em relação a todo o povo.”É sabido que, de cima, não há nenhuma doação de metades. Isto quer dizer que quando a abundância é dada de cima para baixo, é para todo o colectivo.
(RABASH, "Uma Oração de Muitos")
A pessoa não deve pedir ao Criador para a aproximar Dele, pois isso é insolência da parte do homem, pois em quê é ele mais importante que os outros? Todavia, quando ele ora pelo colectivo, que é Malchut, chamada "assembleia de Israel," a soma das almas, que a Shechiná [Divindade] está na poeira e ele ora para que ela se levante, ou seja que o Criador ilumine a sua escuridão, então todos de Israel vão subir em grau, também, incluindo a pessoa suplicante, que é incluída no colectivo.
(RABASH, "A Ruína da Kedushá [Santidade]")
A oração que rezamos é a correcção da Shechina [Divindade], para propagar abundância para ela, para satisfazer suas carências, pois daí que, todos os pedidos sejam em forma plural, tais como "E concede-nos conhecimento de Ti," ou "Trás-nos de volta, nosso Pai, para a Tua lei." Isto assim é porque a oração é pelo todo de Israel, dado que tudo aquilo que há na Shechiná existe no todo de Israel. Sucede-se que quando oramos pelo todo de Israel, nós oramos pela Shechiná, uma vez que elas são o mesmo.
(O Zohar, "Introdução ao Livro do Zohar," 183)
É uma grande regra que a pessoa em si é chamada "uma criatura," ou seja somente ela sozinha. Além dela isso é já considerado a sagrada Shechiná. Sucede-se que quando ela ora pelos seus contemporâneos, isso é considerado que ela ora pela sagrada Shechiná, que está no exílio e precisa de todas as salvações. Este é o sentido da eternidade e precisamente desta maneira, a luz da misericórdia pode ser revelada.
(RABASH, "Foge Meu Amado")
"Qualquer um que compartilhe da aflição do público é recompensado com ver o conforto do público." Ou seja, segundo o tamanho do buraco no Kli [vaso], ou seja o receptáculo e seu interior, essa carência sempre será preenchida, não mais e não menos. Portanto, um servo do Criador que não compartilha da aflição do público mas sente somente sua própria carência, seu receptáculo também não é maior. Assim, ele não será capaz de receber a revelação geral da Divindade, que é o conforto do público, pois ele não preparou um Kli para receber esta qualidade geral, mas somente a sua pessoal. Inversamente, aquele que compartilha a aflição do público e sente os apuros do público como os seus próprios é recompensado com ver a revelação completa da Shechiná [Divindade], ou seja com o conforto do todo de Israel, dado que sua carência é uma carência geral. Assim, a abundância de Kedushá [santidade] é também geral.
(Baal HaSulam, "Qualquer Um Que Compartilhe da Aflição do Público")
A razão pela qual devemos orar somente pelo colectivo é a necessidade de divulgar a luz da misericórdia, que é a luz da doação. É uma regra que é impossível receber coisa alguma sem equivalência. Em vez disso, sempre deve haver equivalência. Assim, quando ela evoca misericórdia sobre si mesma, sucede-se que ela se engajou em recepção para si mesma. E quanto mais ela ora, não só ela não prepara o Kli [vaso] de equivalência, mas pelo contrário, centelhas de recepção dentro dela se formam. Sucede-se que ela vai na direcção oposta. Enquanto ela devia preparar os vasos de doação, ela está a preparar vasos de recepção. "Apega-te aos Seus atributos" é especificamente "Tal como Ele é misericordioso, também tu sê misericordioso." Assim, quando ela ora pelo colectivo, através da sua oração ela se engaja na doação. E quanto mais ela ora, a essa medida ela forma vasos de doação, pelos quais a luz da doação, chamada "misericordioso," pode ser revelada. Ao receber a luz da misericórdia, há uma capacidade para mais tarde revelar a qualidade de "gracioso."
(RABASH, "Foge Meu Amado")
Uma pessoa deve pensar apenas pelo corpo interno, pois este é uma veste da alma de Kedusha. Isto significa que deve pensar pensamentos que estão para além da sua pele. Isto significa que para além da pele do corpo tem o nome de fora do seu corpo, ou seja fora do seu próprio beneficio, mas apenas pensamentos do beneficio dos outros. E isto tem o nome de "para além da sua pele." Isto é pois para além da sua pele, não há onde as Klipot (plural de Klipa) possam prender, ou seja ao que diz respeito ao seu corpo, e não a fora do seu corpo, que tem o nome de "fora da sua pele."
(Baal HaSulam, "Quais São os Três Corpos Num Homem")
Há uma oração para isso, que o Criador o ajude ao o fazer sentir o amor do seu amigo próximo ao seu coração.
(RABASH, "Carta Nº 40")
Meu professor me alertou e a todos os amigos que estavam com ele nessa sociedade que antes da oração matinal, devemos assumir sobre nós o mandamento, "Ama teu próximo como a ti mesmo" e visar amar cada um de Israel como a nós mesmos, pois com isto sua oração vai subir incluida em todos de Israel e será capaz de subir e fazer uma correcção no alto. Especialmente, no nosso amor de amigos, cada um deve se incluir a si como se ele fosse um órgão entre os amigos. Meu professor gravemente me acautelou sobre esta questão.
(Rav Chaim Vital, Shaar HaGilgulim, Introdução, 38)
A pessoa sempre deve orar pelo seu amigo. Para si mesma, ela não pode fazer muito, pois ela não se liberta a si mesma da prisão, mas pelo seu amigo, ela é rapidamente atendida. Logo, cada um deve orar pelo seu amigo. Sucede-se que uma pessoa trabalha em favor da outra até que todas sejam atendidas. Este é o significado daquilo que disseram, "Israel são responsáveis uns pelos outros." Arevin [responsáveis/saborosos] da palavra "doçura," uma vez que orando uns pelos outros, eles adoçam uns pelos outros e assim são atendidos.
(Rabi Elimelech de Lizhensk, Noam Elimelech, Likutei Shoshaná)
Aquele que ora pelo seu amigo é primeiro atendido. Ou seja, aquele que ora pelo seu amigo se torna uma tubagem de doação sobre seu amigo. Por a abundância fluir através dele, ele é atendido primeiro, dado que a abundância através dele flui. Com isto vamos entender as palavras, "Aquele que abençoa é abençoado," dado que aquele que abençoa se torna uma tubagem de doação; assim, ele é abençoado.
(Rabi Menachem Mendel de Sasovo, "Amor pela Paz")
O conselho é de pedir pelo colectivo inteiro. Por outras palavras, tudo o que um sente de que ele carece e pede por preenchimento, ele não deve dizer que ele é uma excepção ou merece mais que o que o colectivo tem. Em vez disso, “Eu moro entre meu povo,” ou seja que eu estou a pedir pelo colectivo inteiro porque eu desejo chegar a um estado onde não terei preocupação comigo mesmo que se pareça, mas apenas que o Criador tenha contentamento. Desta forma, não me faz diferença se o Criador tem prazer comigo ou pode receber prazer dos outros. Por outras palavras, ele pede ao Criador para nos dar tal entendimento, que é chamado "totalmente para o Criador". Isto significa que ele terá a certeza de que não se está enganando que quer doar ao Criador, que talvez ele esteja realmente pensando apenas no seu amor-próprio, ou seja, que ele vai sentir o deleite e prazer. Portanto, ele reza pelo colectivo.
(RABASH, "Uma Oração de Muitos")
Se existirem algumas pessoas no colectivo que consigam alcançar a meta de Dvekut com o Criador, e isto dê ao Criador mais contentamento do que se fosse ele próprio a ser recompensado com a aproximação ao Criador, ele exclui-se a si mesmo. Pelo contrário, ele deseja que o Criador os ajude porque isso vai trazer acima mais satisfação do que o seu próprio trabalho. Por esta razão, ele reza pelo colectivo, que o Criador ajude todo o colectivo e lhes dê esse sentimento: que recebam a satisfação de serem capazes de doar ao Criador, de Lhe dar contentamento. E como tudo requer um despertar de baixo, ele dá o despertar de baixo, e outros receberão o despertar de cima, a quem o Criador sabe que será mais benéfico para o Criador.
(RABASH, "Uma Oração de Muitos")
Se ele tiver a força para pedir por uma oração assim, então ele enfrentará certamente um verdadeiro teste: se ele concorda com tal oração. No entanto, se ele sabe que o que está a dizer é apenas pela boca fora, o que pode ele fazer quando vê que o corpo discorda com essa oração de obter pura doação, sem um pingo de recepção? Aqui apenas há o famoso conselho: orar ao Criador e acreditar acima da razão que o Criador pode ajudá-lo e a todo o colectivo.
(RABASH, "Uma Oração de Muitos")
A subida da alma e sua completude são principalmente quando todas as almas se fundem e se tornam uma, dado que então elas sobem para a Kedushá [santidade], dado que a Kedushá é uma. Assim, a oração, que é a alma, depende principalmente da união das almas. Por esta razão, antes da oração, a pessoa deve assumir sobre si o mandamento, "Ama teu próximo como a ti mesmo," pois é impossível falar das palavras da oração senão através da paz, assim que ela se conectou a todas as almas de Israel. Portanto, o coração da oração é em público e não sozinha, para que cada um não seja uma parte separada, que é o oposto de Kedushá. Devemos somente nos unirmos na congregação sagrada juntos e nos tornarmos uma qualidade. Esta é uma oração em público e especificamente na sinagoga, onde as almas se reunem e se unem. Isto é a plenitude da oração.
(Rabi Nachman de Breslau, Conselhos Sortidos, "Regras da Sinagoga," 1)
Quando o Criador vem para a sinagoga e não encontra lá uma dezena, ou seja que haverá alguém lá que vai rezar pela "dezena," que é a Shechiná [Divindade], para que ela se levante do seu exílio, pois ao trabalhar com o desejo de doar, nós levantamos a Shechiná da poeira, quando cada um está preocupado com as suas necessidades pessoais, o Criador fica zangado. Ele trás evidência do versículo que disse, "Por que cheguei eu e não havia homem?" Ele devia estar preocupado com as necessidades relativas à qualidade de "homem," mas ele está somente preocupado com satisfazer as necessidades que pertencem à besta. Em vez disso, a pessoa deve sempre reflectir - por quem ela passa seu tempo e por quem ela se esforça, pois ela deve estar preocupada somente com o público.
(RABASH, "Sobre a Dezena")
A pessoa deve dizer "O mundo foi criado para mim" (Sinédrio 37a). Portanto, se o mundo foi criado para mim, eu sempre devo olhar e mergulhar na correcção do mundo em prol de satisfazer a carência do mundo e orar por eles.
(Rabi Nachman de Breslau, Likutei Moharan, 1ª Ed., 5)