Artigo Nº 2, Tav-Shin-Nun, 1989/90
Está escrito (Oseias 14), “Retorna, Ó Israel ao Senhor teu Deus, pois tu falhaste na tua iniquidade.” O RADAK interpreta “Tu falhaste na tua iniquidade,” que tu vês que falhaste na tua iniquidade porque nada te levanta da tua queda senão teu arrependimento [retorno] para Ele. Lá diz "ao" como "para." Nossos sábios disseram, "Grande é o arrependimento, pois ele alcança ao trono, como foi dito, 'ao Senhor teu Deus.’”
Nós devemos entender o que é "pois tu falhaste na tua iniquidade." Parece que ele fez alguma coisa mas que houve um fracasso, certo erro que ele não viu em antemão. Mas se a pessoa comete iniquidades, que fracasso há aqui? Desde o começo, ela pretendia fazer algo desadequado, pois ela cometeu algo que é proibido fazer.
Um fracasso significa que não é realmente a culpa da pessoa, mas que ela falhou em realizá-lo. E devemos entender o sentido das palavras "ao Senhor teu Deus," na forma singular, "teu Deus." Também, devemos entender o sentido de "ao trono."
Devemos interpretar que "pois tu falhaste na tua iniquidade significando que a primeira iniquidade que Adam HaRishon pecou com a árvore do conhecimento, onde o erro foi que ele atendeu ao conselho da serpente. O Criador lhe disse para não comer da árvore do conhecimento mas ele escutou o conselho da serpente, que se ele trabalhasse em prol de doar lhe era permitido comer.
A serpente disse que o Criador ordenou para não comer da árvore do conhecimento porque no estado em que ele estava, ele era desadequado para comê-lo. Mas se ele remendasse suas condutas, certamente, de tal maneira que o Criador não o proibiria de comer da árvore do conhecimento.
Sucede-se que com Adam HaRishon houve um erro e um fracasso. Ou seja, ele não pretendeu agir contra a Sua vontade. Pelo contrário, seguindo o conselho da serpente, ele pretendia realizar uma grande correcção, tal como a serpente o aconselhou, que era ao contrário e que o Criador gostaria desta acção (ver “Introdução a Panim Masbirot,” onde ele interpreta a questão do pecado da árvore do conhecimento).
Este foi o fracasso de Adam HaRishon, que ele atendeu ao conselho da serpente, que lhe disse que este trabalho de comer da árvore do conhecimento é considerado um Mitsvá [mandamento/boa acção] e não uma transgressão. Mas no final, ele viu que havia pecado, como está escrito, "E os olhos de ambos foram abertos e eles viram que estavam nus.”
RASHI interpretou "E eles viram que estavam nus": "Até uma pessoa cega sabe que está nua. Então qual o sentido de 'e eles viram que estavam nus'? Eles tinham um Mitsvá nas suas mãos e eles foram despojados dele" (despojados significando nus, despidos, sem roupas).
Isto é, ele viu que não devia ter atendido ao conselho da serpente, embora a serpente o tivesse feito pensar que tudo aquilo que ela lhe havia dito era pelo bem do Criador e não para seu próprio bem, tal como ela lhe disse que se ele se preparasse para se purificar e se direccionasse pelo bem do Criador, com isto, não havia mandamento do Criador (ver “Introdução a Panim Masbirot,” Item 17).
Com isto devemos interpretar aquilo que disseram nossos sábios (Sanhedrin 38), “Adam HaRishon era um ladrão.” RASHI interpreta que ele "pendia para a idolatria." Devemos entender como pode tal coisa ser dita de Adam HaRisho, que falava com o Criador, que possamos dizer que ele era um adorador de ídolos.
Segundo aquilo que aprendemos, fé significa que ele acredita acima da razão. Portanto, embora ele mesmo escutasse do Criador que não devia comer da árvore do conhecimento e não pode ser dito que ele tinha de acreditar no mandamento do Criador, mas significa que depois da serpente ter vindo até ele e o ter feito entender dentro da razão por que o Criador lhe dissera para não comer, Adam HaRishon deveria ter dito à serpente, "Embora dentro da razão tu estejas correcta, ou seja que se eu comer da árvore do conhecimento com a direcção de doar, o Criador terá contentamento desta refeição e vejo que estás a cem por cento correcta, ainda assim, eu avanço acima da razão. Eu quero observar o mandamento do Criador sem qualquer intelecto ou razão, dado que aquilo que se adiciona à fé é já chamado 'pender para a idolatria.'"
Mas Adam HaRishon adicionou ao que o Criador lhe havia ordenado. É sobre isto que eles disseram, "Adam HaRishon era um idolatra." Pois deste pecado se propaga para nós a ocultação no trabalho, pois é difícil para nós nos afastarmos do amor próprio. Naturalmente, é difícil para nós acreditarmos na Sua orientação na forma de bom e benevolente, para que tenhamos o poder para louvar e Lhe agradecer por todas as coisas que a pessoa sente, que é somente bem.
Esta falta de fé na Sua orientação, que Ele conduz o Seu mundo como bom e benevolente, nos faz estar tão longe do Criador. A pessoa consegue servir e fazer coisas que estejam até além do seu poder, se ela sentir para quem ela trabalha. Mas enquanto a pessoa estiver no amor próprio, ela não consegue sentir a Sua existência como é necessário para ter fé permanente.
E por isso que está escrito (“Introdução ao Livro do Zohar,” Item 138), “Quando a pessoa se sente mal, negação ... repousa sobre ela," ou seja que ela não consegue ter fé antes que tenha equivalência de forma. " É uma lei que a criatura não consegue receber mal divulgado do Criador, pois isso é um defeito na glória do Criador que a criatura O perceba como malfeitor, pois isso é desadequado do Operador completo."
Com isto devemos interpretar sua expulsão do Jardim do Éden para a ocultação e esconderijo e pela qual todas as gerações que vieram depois dele têm tanto trabalho no sentido que têm de acreditar que há um líder no mundo e que Ele também zela com uma orientação de bom e benevolente. Quando a pessoa não tem tal fé, isso lhe causa todos os pecados que ela comete, dado que isso deriva da primeira iniquidade de Adam HaRishon que o homem tem a qualidade do amor próprio e naturalmente, ele é incapaz de assumir sobre si o fardo da fé.
Sucede-se que tudo é derivado do primeiro fracasso, quando Adam HaRishon caiu no amor próprio. Isto causou que as seguintes gerações tivessem de trabalhar em fé simples, dado que quando a pessoa está no amor próprio, a Tzimtzum [restrição] e ocultação estão sobre ela e a luz superior não pode brilhar para ela. Por esta razão, a pessoa consegue acreditar no Criador somente acima da razão, dado que a vontade de receber lhe causa a negação.
Portanto, o fracasso que Adam HaRishon teve com a árvore do conhecimento nos causou a ausência da fé. Naturamente, disto nós entramos em todos os pecados. Portanto, o único conselho é ser recompensado com a fé, para que o homem sinta a Divindade pessoalmente, para que ele não precise do público geral, para ter fé do todo de Israel. Em vez disso, a pessoa se deve arrepender na medida qeu seja "o Senhor é teu Deus" pessoalmente e então o defeito da árvore do conhecimento será corrigido.
Com isto podemos interpretar o que é "ao Senhor teu Deus." Porque o fracasso foi que ele atendeu ao conselho da serpente, que lhe disse qual era Sua intenção segundo o intelecto, a pessoa se deve arrepender até que ela seja recompensada com "o Senhor é teu Deus" pessoalmente e não seguir qualquer um.
Ou seja, que ela não deve seguir o público geral quando ela vê de que maneiras, ou seja com que intenções a ordem do trabalho deve ser, bem como a conduta do trabalho. Por outras palavras, ela não deve considerar a meta pela qual a pessoa do público geral aspira. Em vez disso, ela deve se arrepender até que ela seja pessoalmente recompensada com "O Senhor é teu Deus."
Isto é como está escrito (“Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 54), "Quando o Criador vê que a pessoa completou a sua medida de esforço e fortalecimento na fé no Criador, o Criador a ajuda. Depois, a pessoa alcança Providência aberta, ou seja a revelação da face. Depois, ela é recompensada com o arrependimento completo, ou seja que ela se apega ao Criador uma vez mais com seu coração, alma e poder, como se naturalmente atraída para Ele pela realização da Providência aberta. ...Está escrito, 'A que se parece o arrependimento?' ... 'quando Aquele que conhece todos os mistérios testemunhar que ele não regressará à folia.’”
Ou seja, quando pode a pessoa estar certa que ela foi recompensada com o arrependimento completo? "Quando Aquele que testemunha todos os mistérios testemunhar" por ela. "Significa isto que ela vai alcançar a revelação da face, nessa altura a sua própria salvação vai testemunhar que ela não vai regressar à folia.”
Respectivamente, devemos interpretar aquilo que questionamos, O que é "ao Senhor teu Deus"? Isso significa que a pessoa se deve arrepender, ou seja fazer tudo aquilo que ela puder até que o Criador a ajude e ela seja recompensada com a Providência aberta, ou seja a revelação da face. Então isso é considerado a revelação pessoal da face do Criador. Então isso é considerado como "ao Senhor teu Deus," ou seja que ela obteve a revelação da face do Criador pessoalmente. Isto é chamado "ao Senhor teu Deus," portanto que ela foi recompensada pessoalmente e isto é chamado "ao Senhor teu Deus."
Now we will explain what we asked about the meaning of what our sages said, “Great is repentance, for it reaches unto the throne” (Yoma 86). It is known that it is impossible to correct anything unless we see the corruption. For this reason, it is impossible to repent if he does not see the sin. In other words, the evil cannot be corrected if one does not see the evil in its true form.
Como na corporalidade, se a pessoa não vir o peso de alguma coisa, ela não o consegue levantar. Assim, quando a pessoa não vê a verdadeira forma do mal dentro dela, ela não consegue pedir a ajuda completa para que ela seja capaz de superar o mal. É sabido que "A inclinação do homem o supera todos os dias e não fosse a ajuda do Criador, ele não seria capaz de superá-la." Por esta razão, se a pessoa não vir a medida do mal, sua oração é incompleta.
Se, por exemplo, a pessoa pedir ao Criador para a ajudar com um pouco de mal, para que com isto ela seja recompensada com o arrependimento, como resultado, a ajuda que vem do alto é somente em prol de revogar um pouco de mal e não todo o mal dentro dela. Isto é semelhante à pessoa que vai ao médico e lhe diz que tem uma febre e pede ao médico que lhe dê uma pilula para baixar sua temperatura. O médico pergunta, "Qual é a sua temperatura?" e ela diz, “38°(centigrados)”. O médico dá-lhe uma pilula mas a pilula não ajuda. Então o médico diz para ela, "Você deve ter uma temperatura mais alta." Então o que faz o médico? Ele mesmo lhe mede a temperatura e vê que a sua temperatura é mais que 40°(centigrados). Então o médico dá-lhe um medicamento adequado para alguém com 40°(centigrados).
A lição é que uma vez que a pessoa deve orar, que é a ferramenta para receber a salvação e se a pessoa não orar pelo verdadeiro mal dentro dela, mas pensar que ela tem um pouco de mal, sua oração não atrai ajuda do alto, mas somente por alguém que tem um pouco de mal. Portanto, quando a pessoa começa a caminhar no caminho da verdade e pede a ajuda do Criador, o Criador lhe mostra cada vez um pouco do mal dentro dela. Consequentemente, a pessoa começa a pensar que cada vez que ela supera na Torá e Mitsvot [mandamentos/boas acções], ela se torna pior que quando ela começou no trabalho da verdade.
Nessa altura ela chega a um estado de "ponderar o princípio." Ou seja, ela lamenta ter começado este trabalho. A inteira razão pela qual ela começou este trabalho foi em prol de deste modo se aproximar do Criador. Mas agora ela vê o oposto, que ela está a retroceder em vez de avançar.
Contudo, a pessoa deve acreditar que ela está a fazer progresso no trabalho, só que ela vê que cada vez ela fica pior. Como na alegoria acima, em que o médico tira a temperatura e não o paciente, o Criador "mede sua temperatura," ou seja lhe mostra cada vez quão imersa no mal ela está a tamanha medida que ela não consegue acreditar como tal coisa pode ser.
Isto é, a pessoa não consegue entender como pode ser tal estado em que a pessoa começa a aumentar seu trabalho na Torá e Mitsvot e devia ter visto que cada vez ela melhora. Mas na realidade, ela vê que está a piorar.
A resposta é que quando a pessoa começa a trilhar o caminho da verdade, na medida que ela supera no trabalho, a essa medida lhe é mostrado o mal nela, para que ela possa pedir ao Criador ajuda sobre o verdadeiro mal. Isto é, nessa altura a pessoa vê que a menos que o Criador a ajude, será absolutamente impossível para ela sair do controle do mal, uma vez que o controle do mal dentro dela se torna mais e mais poderoso com cada dia. Mas tudo isto é em prol dela precisar da salvação do Criador, pois especificamente então ela recebe um desejo e necessidade pela ajuda do Criador.
Isto é como está escrito na "Introdução ao Estudo das Dez Sefirot” (Item 138): “A ocultação é a razão para a revelação. Após sua correcção, na hora da revelação, a ocultação se torna revelação como um padio para a luz que a segura. E quanto maior a ocultação, maior a luz que se vai apegar a ele e será revelada quando for corrigida.”
Respectivamente, devemos interpretar o sentido de "Grande é o arrependimento, pois ele alcança ao trono." Baal HaSulam disse que devemos interpretar Kisse [trono] de duas maneiras: 1) da palavra Kissui[ccobertura], que ele cobre, 2) da palavra Kisse [cadeira] que ela é adequada para o Rei se sentar.
Sucede-se que com a pessoa alcançar o reconhecimento do mal, onde aela vê quão longe ela está tanto na mente como no coração, que tudo está bloqueado e coberto, que ela não vê entrada para permitir ser recompensada com Dvekut [adesão] com o Criador, isto é chamado "cobrir o trono.”
Este grau é considerado um Kli [vaso] e uma verdadeira necessidade para a salvação do Criador. Neste trono, a ajuda do Criador é revelada, como em "Aquele que vem para se purificar é ajudado." Sucede-se que este trono, que estava em tamanha humildade, ou seja que ele se sentia num estado de humildade e degradação, foi recompensado com a glória do Rei estar sobre ele. Sucede-se que essa mesma humildade se tornou o trono.
Com isto podemos interpretar, "Grande é o arrependimento, pois ele alcança ao trono." Ou seja, quando sabe a pessoa que ela se arrependeu? O sinal é se o trono anterior foi recompensado com a revelação da luz. Isto é até à Glória do Rei, que se senta no trono, ser revelada.