Israel são chamados de “filhos de reis” pois qualquer um que coroe Seu nome sobre si mesmo é chamado de “filho de um rei,” como está escrito, “E se santifiquem e sejam sagrados, pois Eu o Senhor sou sagrado,” pois qualquer um que se santifique é chamado “sagrado” pois o Criador é chamado “sagrado.”
Devemos entender o significado de “sagrado.” No Talmude de Jerusalém (82 em Yevamot), “Qualquer um que se retire do pudendo é chamado ‘sagrado’”. No Midrash Raba, VaYikra, “Onde quer que aches uma vedação à volta do pudendo, encontrarás Kedushá [santidade],” pois Kadosh [sagrado] significa retirado [separado]. Ou seja, que a pessoa se deve retirar a si mesma de desfrutar.
E o que é o nome Kadosh em relação ao Criador? Afinal, não pode ser dito que haja recepção para si mesmo Nele, pois o Criador só dá. Por esta razão, o homem também, deve dar somente ao Criador. “Santifiquem-se e sejam sagrados” significa que vocês devem ser somente dadores, “Pois Eu o Senhor sou sagrado,” uma vez que o Criador é o dador. Este é o sentido da Dvekut [adesão].
Portanto, “Onde quer que aches uma vedação à volta do pudendo,” pois o pudendo é um lugar onde é proibido desfrutar, pois somente num lugar de Mitsvá [mandamento] é permitido desfrutar.
“Deus fez um oposto ao outro”: Oposta à Shechiná [Divindade] há uma “mulher estrangeira” chamada Klipá [casca/pele] e a Shechiná é chamada “fé acima da razão,” que é doação.
Se uma pessoa actua com a meta de doar contentamento ao seu Fazedor, isso é considerado que ela se une com a Shechiná. Se ela actua em prol de se agradar a si mesma então ela se está a unir com a mulher estrangeira, cuja meta é somente receber para si mesma.
A unificação do Criador com a Shechiná é tal como o Criador somente dá, também a Shechiná, que é Malchut, todos os desejos se propagam dela para os inferiores transformando esses desejos para se direccionarem para doar. Isto é chamado “unificação,” ou seja que ele une duas qualidades em uma.
Este é o sentido de “Homem e mulher, se forem recompensados, a Shechiná está entre eles” (Sota 17a). Por outras palavras, a qualidade de “mulher” é oposta à qualidade de “dador.” Shechináentre eles significa que então é evidente que o Shochen [morador] está presente no lugar desses desejos. Nesse momento, os desejos são chamados Shechiná porque o Shochen, ou seja o Altissimo, se pode unir lá, uma vez que há equivalência, chamada Dvekut.
Por esta razão, onde quer que a pessoa se retire de desfrutar e cause unificação, nisso você encontrará Kedushá, dado que a luz superior lá pode estar porque os Kelim [vasos] conseguem receber a luz do Criador chamada Kedushá, pois a Kedushá está presente somente num lugar de pureza. “Pureza” significa pureza de qualidades e depois a Kedushá está presente num lugar de pureza.
Todavia, por vezes, “Eu o Senhor, que habita com eles no meio da sua Tuma’a [impureza],” ou seja que até quando eles ainda não têm os Kelim que estejam prontos para estar em equivalência, para assistir a pessoa a alcançar isto, ela precisa de ser ajudada do ato. Este é o sentido de Lo Lishmá, que a luz nela a reforma. Essa luz é chamada “O Senhor, que com eles habita no meio da sua Tuma’a.”
Isto é relativo especificamente a aquele que quer alcançar Lishmá mas não consegue superar seu corpo. Portanto, lhe é dada essa luz para que ele consiga derrotar a vontade de receber e percorrer o caminho do Criador, que é doação.
Com isto vamos entender o versículo, “E agora se seguramente escutarem Minha voz e preservarem Meu aliança, sereis para Mim um Segulá [remédio/virtude] de todas as nações e sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma sagrada nação.” Estas são as palavras que o Criador fala para os filhos de Israel. Estas são as palavras, não mais nem menos, ou seja que não há necessidade de mais que isto.