14 de Setembro, 1960
Rosh Hashaná (4, 16b, 34b): “Rába disse, 'Disse o Criador, 'Diz ante Mim em Rosh Hashaná: Malchuiot [reinados], memórias, Shofarot [pl. de Shofar (um chifre festivo)]. Malchuiot, para que tu Me coroes sobre ti. Memórias, para que a memória da tua vontade chegue ante Mim favoravelmente. E com o quê? Com um Shofar.''" E na página 16, está escrito, "Para que a memória da tua vontade chegue ante Mim favoravelmente."
Isto parece insinuar que através do Shofar Ele nos lembrará. Mas o trono não se esquece! E Também, O que significa que a memória deve ser favorável se a conduta do Bom é praticar o bem?
Também, devemos entender as palavras de nossos sábios, "Rabi Abaho disso, 'Por que sopramos um chifre de carneiro [Shofar]?’ Disse o Criador, 'Sopra ante Mim com um chifre de carneiro para que Eu me lembre de ti pela amarração de Isaac, filho de Abraão e considere-o para vós como se vocês se tivessem atado ante Mim'"
Também devemos questionar se Ele esquecesse a amarração de Isaac não seria pelo soprar dos inferiores e precisamente pelas nossas acções nós O recordamos e depois o mérito da amarração conta como se nós mesmos estivéssemos atados ante Ele. E também, o que é que o Criador ganha pela nossa amarração ante Ele?
Há também as palavras de nossos sábios, "Rabi Yitzhak disse, 'Por que sopramos em Rosh Hashaná? Por que sopramos? O Misericordioso disse, 'Soprem!' E por que gritamos? O Misericordioso disse, 'um lembrete de soprar.' Mas por que sopramos e gritamos sentados e sopramos e gritamos levantados? Em prol de confundir Satanás.'
"Neste mês, melhora tuas acções com um Shofar, neste mês, melhora tuas acções. Disse o Criador para eles, para Israel, 'Se melhorarem vossas acções, isso será para vós como um Shofar. O que é este Shofar? Ele o trás para dentro com este e o trás para fora com aquele. Precisamente assim, Eu me movo do trono do julgamento e me sento no trono da misericórdia. Quando? No sétimo mês’” (Midrash Rába, Emor, Porção 29).
É sabido que o propósito da criação é fazer o bem às Suas criações. Por este propósito, o Criador criou a vontade de receber prazeres em existência a partir da ausência. Em prol de não ter o pão da vergonha, houve a Tzimtzum [restrição], que é a ocultação e depois há espaço para o trabalho e para a escolha de assumirmos sobre nós a Torá e Mitsvot [mandamentos] quando não sentimos prazer neles.
Posteriormente, no final do nosso trabalho, que é ao nos ajustarmos às acções de doação, quando não queremos receber qualquer prazer e nossa única direcção é doar sobre o Criador, ou seja que ele está disposto a dar ao Criador tudo aquilo que ele tem, até sua vida, que é tudo aquilo que ele estima, pois "O homem dará qualquer coisa pela sua alma" ele está disposto a dar até a alma ao Criador.
Isto é trabalho em devoção e com isto, o Criador pode dar-lhe todos os prazeres que foram preparados para ele e não haverá defeito de vergonha no presente do Rei.
Inversamente, antes disto, antes da pessoa alcançar o grau de devoção, enquanto ela ainda tem um desejo de receber deleite e prazer para si mesma, a Tzimtzum e julgamento repousam sobre ela. Ou seja, a sentença é que não lhe pode ser dado pois ela o receberia nos Kelim [vasos] da vontade de receber.
Porém, depois da pessoa adquirir os vasos de doação, considerados a qualidade de "Misericordioso," como disseram nossos sábios, "Tal como Ele é misericordioso, também tu sê misericordioso," o Criador lhe pode dar todos os prazeres que Ele preparou para ela.
Com isto vamos entender que apesar da vaca querer alimentar mais que o bezerro queira mamar, o Criador ainda assim não doa sobre o homem, apesar de Ele querer doar, pela citada razão, dado que haveria um defeito no presente do Rei. Isso é como na alegoria sobre o homem rico, que indirectamente concede desgraça sobre os pobres. Portanto, todas nossas orações e trabalho são para corrigir nossas acções para que tenhamos Kelim para receber a plenitude dos prazeres.