Adar, Tav-Shin-Lamed-Bet, Fevereiro de 1972
“Rabi Shimon disse, 'O Criador não testou Jó e não o testou como Ele testou o resto dos justos, uma vez que não está escrito sobre ele, 'E Deus testou Jó' ... e não lhe foi dito para dar, mas foi entregue a difamação pelo julgamento do Criador'" (O Zohar, TeTzavé, Item 41).
Devemos entender a diferença entre Jó, que é chamado "o gentio justo" e Israel. Com Jó, vemos que o Criador não o testou, enquanto que com Abraão Ele o testou.
Vemos aqui que há uma acção e há uma intenção e em ambos, há a questão de um teste. Ou seja, para Abraão, o teste foi dado tanto na acção como intenção sobre se seu trabalho do Criador era com alegria, ou seja se ele estava feliz de agora ele estar a realizar a vontade do Criador. Com Jó, ele foi testado somente na intenção e não na acçõa, uma vez que é implicito que o Criador sabia que ele não seria capaz de suportar um teste na acção. Por esta razão, Ele o testou somente em relação à intenção.
(Devemos também dizer que é o mesmo se não quisermos dar e acreditamos que tudo é orientado pelo Criador, então devemos justificar o Fazedor e não macular nosso amor pelo Criador devido à ausência de algumas coisas que pensamos que precisamos. Ou seja... não receber Dele aquilo que a pessoa precisa ou dar-lhe aquilo que a pessoa precisa.)
Nisto, há uma diferença entre os gentios jutos e os justos, uma vez que esses dois graus existem no homem. Antes da pessoa alcançar o grau de Israel, no sentido que o homem é um pequeno mundo, ele tem qualidades das nações do mundo, gentios justos e Israel. Quando a pessoa começa a percorrer o caminho do Criador, ela é chamada de "gentios justos." Nessa altura, os seus testes são somente sobre a intenção e não sobre a acção, uma vez que não lhe são das provações na acção mas somente na intenção.
Ou seja, há uma regra que toda a pessoa tem reivindicações contra o Criador que Ele não lhe dá aquilo que ela quer. Ela entende que o Criador lhe deve dar tudo aquilo que ela necessita, como está escrito, "Suas misericórdias encontram-se sobre todas Suas obras" e essa é a conduta do Bom e benevolente. Portanto, tudo aquilo que uma pessoa pensa que precisa, é como se ela o tivesse e o Criador o tirou dela.
Portanto, a acção não está na sua posse para dizer que ele é testado não para fazer a acção, uma vez que ela não lhe foi dada para começar. E quanto à provação, é como se ele tivesse tido estas coisas que agora exige e que lhe foram tiradas e tudo aquilo que ele tem na provação é a intenção. Ou seja, devemos dizer que tudo aquilo que o Criador faz, Ele faz para o seu bem e estar em alegria e em amor como se o Criador lhe tivesse dado tudo aquilo que ele pede. Isto é chamado "provação na intenção," tal como foi com Jó, mas a intenção é se ele consegue justificar o julgamento.
Mas quando a pessoa é recompensada com a qualidade de Israel, lhe é dada uma provação na prática, também. Ou seja, lhe são dadas todas as coisas boas e a própria pessoa deve estar pronta para devolver tudo e não receber mais do que ela está segura que será somente em prol de doar.
É como Purim, onde Baal HaSulam disse que o significado do Meguilá [pergaminho de Purim/livro de Ester] significa que então era o tempo de Hitgalut [revelar]. Hamã disse sobre isto que devemos caminhar na conduta de saber. Este é o significado de "e não realizar as leis do rei." Inversamente, Mordechai argumentava que a revelação vem somente em prol de suportar o teste e assumirem sobre si mesmos a ocultação, que é a provação em acção.