Rosh Hashaná, 18 de Tishrei, Tav-Shin-Mem-Gimel, Setembro de 1982
O Criador envia uma cura antes do golpe. Devemos questionar, Se não há golpe, como podemos falar de uma cura?
Devemos entender que descobrimos com nossos sábios que a Torá é chamada Tushiá porque ela Matéshet [esgota] a força da pessoa (Sanhedrin 26b). Disseram nossos sábios, "Se a cabeça da pessoa doer, deixe-a se engajar na Torá" (Iruvin 54a). Baal HaSulam interpretou que primeiro precisamos de Torá, para ver que a força do homem não é como deve ser, ou seja que "a cabeça da pessoa dói" implica que ela tem pensamentos estranhos. "Seu estomago dói," ou seja que tudo o que ela quer é receber no seu próprio estomago.
Na medicina, aquele que recebe um remédio mas não está doente, o remédio o prejudica. Assim, primeiro ele precisa de aprender Torá, uma vez que através da Torá ele verá que está doente e depois ele receberá a Torá e será curado das suas doenças.
Sucede-se que nós percebemos a Torá de duas maneiras: 1) que ele está doente, pelo qual a Torá é chamada Tushiá, pois ela Matéshet [esgota] a força do homem e todo seu poder e vitalidade são somente da qualidade de uma besta. Em prol de corrigir isto, há a Torá na conduta número 2) quando ela o cura de todas as doenças.
Com isto devemos interpretar que o Criador envia a cura antes do golpe, ou seja a Torá, que é chamada "cura," precede o golpe, pois a Torá trás o reconhecimento do mal.
Posteriormente, quando ele sofre o golpe, ou seja com a medida de mal nele, "ele fixa um curativo do próprio golpe," ou seja da Torá, que o faz ver que ele é atingido nas suas qualidades. Subsequentemente, a Torá cura-o.
Assim se sucede que se ele não tiver reconhecimento do mal, como pode ele ser recompensado com o bem? É por isso que precisamos de ambos discernimentos na Torá.