Está escrito que Rabi Yosi diz, "Não é o lugar do homem que o honra; em vez disso é o homem que honra o seu lugar, pois descobrimos que no Monte Sinai, enquanto a Shechiná [Divindade] estava nele, a Torá dizia, 'nem rebanhos ou gado pastarão ante essa montanha.' Quando a Shechiná a abandonou, a Torá disse, 'Quando o chifre de carneiro soar um longo sopro, eles subirão a montanha.' Também achamos sobre a Tenda do Encontro no deserto que enquanto ela se manteve, a Torá disse, 'Afastem do acampamento todo o leproso.' Quando a cortina foi enrolada, o vazamento e os leprosos foram permitidos lá dentro" (Taanit 21b).
Para entender isto, devemos interpretar o significado de "lugar," ou seja o Criador, como está escrito, "Abençoado seja o Lugar." Tzon [rebanho] vem da palavra Yetziá [saída]. Bakár [gado] vem de Mevakér [criticar]. "Subirão" significa subir em grau.
A explicação é que é sabido que a recompensa é somente segundo a tristeza, ou seja que a pessoa não pode receber os presentes do Criador antes de ela ajustar suas acções para serem pelo bem do Criador.
É sabido que aquando da revelação da luz do Criador, quando o Criador brilha para a pessoa e lhe dá despertar na Torá e no trabalho, não há espaço para a escolha porque o prazer força a pessoa a se engajar naquilo que lhe dá prazer. Por esta razão, nessa altura não há lugar para a escolha.
Em tal estado, ela não está obrigada a acreditar no Criador a tal medida que ela diz que sem fé ela não fará isso, uma vez que aquilo que afirma a questão é outra causa, que é o prazer. Isto é chamado Lo Lishma [não em Seu nome], dado que não é a fé que causa esta acção, mas o prazer determina-o para ela e motiva-a a trabalhar e aumentar suas boas acções.
Assim, embora o Criador lhe tenha dado um despertar para a Torá e para o trabalho, ela não consegue subir em graus da verdade com isto, dado que "ele adquiriu a verdade," ou seja que o grau da verdade deve ser adquirido. Somente pelo trabalho na aceitação do fardo do reino dos céus voluntariamente é a pessoa recompensada com subir os graus da verdade, cada vez para um nível mais alto. Este é o sentido de "Tudo é segundo a acção."
Com isto podemos entender as palavras, "Não é o lugar do homem que o honra." Ou seja, ele não serve para isto, se a pessoa foi recompensada com certo despertar. Sucede-se que o Criador o honrou; com isto a pessoa é respeitada, dado que um despertar que venha do alto finalmente vai partir dela porque ela carece da qualificação para ser digna para receber pelo bem do Criador e não para seu próprio prazer.
"Em vez disso é o homem que honra o Seu lugar." Especificamente com isto, quando a pessoa faz um esforço durante a escolha e quer honrar Seu lugar, ou seja o Criador, somente então a pessoa fica honrada. Ou seja, através do seu trabalho, a pessoa torna-se um veículo para o trono. Porém, isso não é durante um despertar do alto, que é considerado o Criador honrar a pessoa.
Ele trás evidência do Monte Sinai, enquanto a Shechiná estava nele, "nem rebanhos ou gado pastaram ante essa montanha." As saídas, quando a pessoa sai do trabalho, são por causa do seu criticismo da Providência. Nessa altura ela deve tomar uma escolha sobre estes estados. Durante o despertar não há subida porque ela não está a fazer qualquer esforço que lhe pertença, uma vez que agora ela está num despertar do alto e ela não faz qualquer esforço para subir para estados onde ela tomaria uma escolha.
É por isso que está escrito, "Quando o chifre de carneiro soar um longo sopro," ou seja após a partida da Shechiná, "eles subirão a montanha." Precisamente depois disto há um lugar para o "O quê," ou seja lugares onde ela não superaria ao teste e não poderia entrar na Kedushá [santidade]. Agora ela tem um lugar onde ela consegue superá-los porque ela consegue tomar uma escolha.
Isto clarifica a evidência da Tenda do Encontro, "Quando a cortina foi enrolada, o vazamento e os leprosos foram permitidos lá dentro." Interpretou RASHI )a cortina foi enrolada," que eles enrolavam enquanto viajavam. Um "leproso" é relativo à difamação. Na ética, "difamação" é relativa a difamar a Providência.
Também, na ética, "vazamento" é como eles disseram, "uma cisterna de cimento que não perde uma gota." Significa isto que enquanto a pessoa não completou a medida de trabalho que ela deve exercer, tanto quanto ela conseguir assumir sobre si mesma do fardo da Torá, ela imediatamente se esquece e se dispersa novamente.
Sucede-se que qualquer gota de temor aos céus que ela assume sobre si mesma goteja para fora dela. Mas assim que ela é recompensada com a fé permanente, ela é chamada "uma cisterna de cimento que não perde uma gota."
O coração do homem é chamado "uma cisterna." Sud [lima] é da palavra Yasad [estabelecido], como em "pois assim o Rei estabeleceu.” (RASHI interpreta-o como Yesod [fundação], assim ele estabeleceu e ordenou." Quando o coração do homem é corrigido com a fundação da fé, quando tudo o que ele quer é porque "pois assim o Rei estabeleceu," o Rei do mundo, nessa altura o coração é chamado "uma cisterna de cimento que não perde uma gota" de temor aos céus.
Ela é chamada "uma gota," porque o homem foi criado desta gota, uma vez que "Vós sóis chamados 'homens'" é relativo a aquele que tem temor aos céus, como está escrito, "Teme a Deus e observa Seus mandamentos” (Berachot 6b).
Precisamente quando a cortina foi enrolada, o vazamento e os leprosos foram permitidos lá dentro. Significa isto que então lhes foi dada oportunidade, uma vez que precisamente no tempo de ocultação há espaço para o trabalho e a pessoa pode tomar uma escolha e assumir sobre si o fardo do reino dos céus permanentemente para ser recompensada com a qualidade de "uma cisterna de cimento que não perde uma gota."
Sucede-se de tudo o citado que somente a própria pessoa deve trabalhar em prol de tomar uma escolha. Posteriormente, o Criador lhe dá tudo aquilo que estava destinado na criação, que é fazer o bem às Suas criações.