Artigo Nº 26, 1990
Diz o Zohar (Tázria, Item 37), “‘Se uma mulher inseminar, ela tem um menino.' Começou Rabi Yehuda, 'Não há nenhum tão sagrado como o Senhor, pois não há outro além de Ti.' Este versículo é desconcertante. Está escrito, 'Não há nenhum tão sagrado como o Senhor.' Isto implica que há outro que é sagrado, embora seja um pouco pior que o Criador. Também, 'Não há outra rocha como nosso Deus' implica que há outra rocha, mas que é um pouco pior que o Criador. Ele responde que há muitos sagrados. Há sagrados no alto, ou seja anjos e Israel também são sagrados, mas não há nenhum tão sagrado como o Criador. E qual é a razão? 'Pois não há outro além de Ti.' Em vez disso a santidade do Criador é sem a santidade deles, dos anjos e de Israel, pois Ele não precisa da santidade deles. Porém, eles não são sagrados sem Ti. 'E não há outra rocha como nosso Deus' significa que o Criador forma uma forma dentro de uma forma, ou seja a forma do Ubar [embrião] dentro da forma da sua mãe."
Devemos entender a conexão entre "Se uma mulher inseminar, ela tem um menino." Também, como pensaria você dizer que o povo de Israel concede Kedushá [santidade] ao Criador, pelo qual o texto nos deveria dizer, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor"? E também, qual é o significado do trabalho, que ele interpreta "Não outra rocha como nosso Deus," como o Criador formar uma forma dentro de uma forma?
É sabido que a ordem do trabalho é que devemos alcançar Dvekut [adesão] com o Criador, como está escrito, "Tu serás sagrado, como Eu sou sagrado." Significa isto que o Criador é sagrado e separado da recepção, pois o Criador só doa e não recebe, também nós devemos ser sagrados e separados da recepção e todas nossas acções devem ser somente em prol de doar ao Criador.
Contudo, uma vez que nascemos com uma natureza de auto-recepção, como podemos ser recompensados com Kedusha e sermos separados do amor próprio? Esta qualidade da vontade de receber para si mesmo é chamada "inclinação do mal" nossos sábios disseram sobre ela, "Disse o Criador, 'Eu criei a inclinação do mal, Eu criei a Torá como tempero.'" Por outras palavras, com o engajamento em Torá e Mitsvot [mandamentos/boas acções] em prol de alcançar Lishma [pelo Seu bem], a luz da Torá vai reformá-la. Significa isto que ela vai sair do governo do mal e praticar o bem. Isto é, ela será capaz de fazer boas acções, que são chamadas "acções de doação."
Portanto sucede-se que somente as acções do homem quando ele se engaja em Torá e Mitsvot o fazem ser recompensado com a Kedushá, ou seja ser sagrado e separado das acções de auto-recepção e estará num estado de "Tal como Ele é misericordioso, também tu sê misericordioso," considerado equivalência de forma. Isto é chamado "Tu serás sagrado, como Eu sou sagrado."
Acontece que a pessoa foi recompensada com Kedusha sozinha, como disseram nossos sábios, "Se eu não sou por mim, quem é por mim?" Ou seja, "Segundo a tristeza, tal é a recompensa." Significa isto que segundo o trabalho que a pessoa dá em prol de ser recompensada com a recompensa, a essa medida é ela recompensada, como disseram nossos sábios, "Aquele que vem para se purificar é ajudado."
Portanto, isto significa que o Criador não dá assistência do alto, ou seja Kedushá do alto, antes da pessoa dar Kedushá de baixo. Isto é, quando a própria pessoa se santifica a si mesma e vem para se purificar, o Criador pode dar-lhe Kedushá do alto. Sucede-se que o Criador não pode dar Kedushá do alto até que as criaturas dêem Kedushá de baixo.
Agora podemos interpretar aquilo que questionávamos sobre como o Zohar responde à questão, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor," implicando que há outro que é sagrado, mas que é um pouco pior que o Criador. Responde ele que o facto de estar escrito, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor," é porque "Não há outro além de Ti." porém, a Kedushá do Criador é sem a sua Kedushá, pois Ele não precisa da Kedushá deles. "Contudo, eles não são sagrados sem Ti."
Perguntávamos, Como pode você pensar dizer que o Criador recebe a Kedushá que Ele tem de baixo, de Israel, podemos dizer isto? Porém, quando é relativo ao trabalho, embora isso seja implicito em todos os lugares nas palavras e nossos sábios que o facto do Criador dar Kedushá ao povo de Israel, ser porque Ele precisava deles, assim, primeiro deve haver um despertar da parte do homem, ou seja que ele deve ter um desejo por Kedushá, depois o Criador pode dar Kedushá.
Acontece que o Criador precisa da Kedushá de baixo e depois ele pode dar-lhes Kedushá. O Zohar nos diz sobre isto, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor." Significa isto que o homem não tem Kedushá de todo, ou seja que a Kedushá que o Criador dá, Ele não precisa da Kedushá do homem. Por outras palavras, primeiro a pessoa deve estar na forma de "Aquele que vem para se purificar" e depois o Criador pode dar-lhe Kedushá.
Diz ele sobre isto, "Pois não há outro além de Ti," pois não há ninguém para Te assistir, para dar da sua Kedushá, ou seja que eles Te darão Kedushá de baixo, uma vez que "Não há outro além de Ti," não há outra força no mundo senão o Criador. Por outras palavras, devemos acreditar na Providência privada, como está escrito (nos Treze Princípios, apresentados no livro de orações depois de "Sobre nós"), "Eu acredito em fé completa, que o Criador, abençoado seja Seu nome, cria e conduz todas as criações e somente Ele fez, faz e fará todas as acções."
Significa isto que depois da pessoa ter feito boas acções, pelas quais ela será recompensada com Kedushá, com ser sagrada, ou seja que todas suas acções sejam somente para doar, isto implica que é como se o homem ajudasse o Criador. Diz o Zohar sobre isto, "Pois não há outro além de Ti." Em vez disso, o Criador faz todas as coisas e Ele não precisa da Kedushá do homem para O ajudar. Em vez disso, "Ele sozinho fez, faz e fará todas as acções" e o homem não tem parte nisto.
Portanto, qual é o significado de "Aquele que vem para se purificar é ajudado"? Parece que é o homem que o faz! Devemos interpretar que isto significa que o homem deve acreditar que agora ele veio para se purificar e não antes. Esta acção, quando a pessoa vem agora para se purificar, vem da assistência do alto. Por outras palavras, anteriormente, houve um despertar do alto, que lhe deu um desejo e anseio para vir se purificar e se santificar. Sucede-se que ele vir se purificar agora não é pelo poder do homem, mas ao invés isso vem do alto.
Desta maneira, devemos interpretar aquilo que disseram nossos sábios (Avot, Capítulo 5:27), “Ben Hê Hê diz, 'A recompensa é segundo a tristeza.'" Significa isto que na medida da tristeza que a pessoa sofre enquanto observa Torá e Mitsvot, também sua recompensa aumentará. Isto implica que a pessoa faz alguma coisa e por fazê-lo, ela é recompensada. Porém, também isto, devemos interpretar da supracitada maneira, que o homem deve acreditar que a tristeza e o trabalho que a pessoa tem na sensação de estar longe da Dvekut com o Criador e que ela está imersa no amor próprio, esta tristeza é chamada "recompensa."
Por outras palavras, o Criador lhe deu um despertar para não querer permanecer no estado do público geral, que podem ir com a corrente do mundo e não reflectir no que os torna mais altos em grau que qualquer outro animal. Ou seja, eles se alimentam das mesmas coisas que os animais se alimentam e não sentem que foram criados à imagem de Deus, ou seja que têm qualquer conexão com a Divindade e que devem receber alimento da espiritualidade, que é adequado ao nível falante e não ao nível animal.
Esta é uma recompensa. Ou seja, o trabalho e a tristeza que eles sentem é a própria recompensa que o Criador lhes dá. Não devemos pensar que este é o trabalho que vem por si mesmo quando a pessoa se esforça. Em vez disso, esta é a recompensa que o Criador os chama para o trabalho do Criador, enquanto que aos outros, Ele não chama. Portanto, junto com a tristeza e o sofrimento que eles sentem, eles devem estar felizes que o Criador se queira conectar com eles.
Segundo o citado, devemos interpretar "Segundo a tristeza, assim é a recompensa," ou seja a que medida deve a pessoa valorizar que o Criador a recompense? A resposta é que segundo a tristeza e o trabalho que ela consegue sentir por estar longe do Criador, essa é a medida da recompensa.
Significa isto que quando nós queremos saber quanto foi o lucro da recompensa, a pessoa deve avaliar quanto sofrimento e tristeza ela teve por estar longe do trabalho do Criador. Esta é a medida da recompensa. Por outras palavras, é impossível valorizar a falta da espiritualidade antes da pessoa sentir a importância da espiritualidade. Na medida da importância da espiritualidade, a essa medida a pessoa consegue sentir a necessidade que tem dela.
Acontece que a sensação de carência é já uma recompensa. Assim, devemos interpretar as palavras de Ben Hê Hê, que diz, "Segundo a tristeza." Quando a pessoa lamenta estar longe do Criador, isso não vem da pessoa, mas o Criador lhe dá essa sensação e não vem da pessoa sozinha.
Significa isto que com o Criador iluminar para ela a importância da espiritualidade, a essa medida ela tem pena de estar longe da espiritualidade. Por essa razão, não devemos dizer que aquilo que a pessoa vem para purificar é trabalho que vem da própria pessoa. Em vez disso, o Criador lhe deu um pensamento e desejo para ir se purificar.
Acontece que isto não vem do trabalho do homem para que possamos dizer que a Kedushá que o Criador lhe deu, Kedushá do alto, a pessoa O ajudou, também. Em vez disso, "Não há outro além de Ti." Como nas palavras do Zohar, o Criador não precisa de qualquer Kedushá deles, ou seja dos inferiores, mas Ele faz tudo.
Desta maneira, devemos interpretar as palavras de nossos sábios sobre o versículo (Êxodo 32:10), "E agora deixem-Me sozinho." Interpretou RASHI que "Nós ainda não escutamos que Moisés orou por eles, e Ele diz, 'E agora deixem-Me sozinho.' Porém, aqui Ele abriu para ele uma abertura e o avisou que a questão dependia dele, que se ele orasse por eles, Ele não os destruiria" (Portão das Palavras de Nossos Sábios).
Devemos interpretar as palavras de nossos sábios, que disseram, "Aqui Ele abriu para ele uma abertura e o avisou que a questão dependia dele, que se ele orasse por eles, Ele não os destruiria." Significa isto que o Criador o avisou, ou seja lhe deu um desejo para orar por Israel que ele os perdoaria pelo pecado do bezerro. Sucede-se que o facto do Criador lhe ter dito para orar significa que Ele lhe deu a força para rezar. Isto é, a menos que o Criador dê a força para orar, a pessoa não consegue orar.
Assim acontece que o facto da pessoa rezar para o Criador perdoar os seus pecados, também isso, vem do Criador, pois o Criador lhe dá a força e o desejo para rezar. Acontece que o Criador faz tudo. Por outras palavras, até quando a pessoa reza para o Criador perdoar os seus pecados, eles insinuaram também isto, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor," uma vez que "Não há outro além de Ti," a ter poder de Kedushá. Em vez disso, tudo vem do Criador.
Porém, não nos devemos esquecer que embora digamos, "Tudo vem do Craidor," a pessoa deve dizer, "Se eu não sou por mim, quem é por mim?" Em vez disso, tudo depende das acções das pessoas. Embora isto esteja em contradição com o supracitado, devemos acreditar que assim é, como diz o Maimónides (como dito no Artigo Nº 25, Tav-Shin-Nun).
Segundo o citado, devemos interpretar o que é dito no Shabat [Sabate] na canção, "Qualquer um que santifique o sétimo adequadamente, qualquer um que observe o Shabat segundo a lei, para não o profanar, sua recompensa é grande, segundo o seu trabalho." Isto é difícil de entender. Qual é a novidade em dizer, "Sua recompensa é grande, segundo o seu trabalho"? Esta é uma questão directa; é costume que seja pago à pessoa segundo o valor do seu trabalho. Então o que nos está ele a dizer com, "Sua recompensa é grande, segundo seu trabalho"? Pode ser o inverso?
Se ele tivesse dito que aquele que observa a Torá e Mitsvot, embora ele transgrida um pouco, recebe uma grande recompensa, se isto assim fosse então haveria uma novidade para escutar. Mas se ele não recebe uma recompensa maior que aquilo que ele trabalha, isto é natural e assim é na corporalidade.
Porém, a novidade é que quando chega o Shabat, quando a pessoa é recompensada com a qualidade do Shabat, ela sente a verdade, que o trabalho em si é a recompensa que o Criador dá à pessoa, ou seja que Ele dá à pessoa um pensamento e desejo para observar Torá e Mitsvot e para ir se purificar, como está escrito, "Aquele que vem para se purificar." A questão é, Por que veio ela se purificar agora, neste momento e não antes? Quando a pessoa recebe assistência do alto, a pessoa vem para se purificar e não antes. Acontece que o significado de "Sua recompensa é grande segundo o seu trabalho" é que o facto da pessoa trabalhar em Torá e Mitsvot é sua recompensa.
Sucede-se que se ela trabalhar imenso, essa é a recompensa que o Criador lhe deu. Isto é, Ele lhe deu um pensamento e desejo para fazer o sagrado trabalho. Portanto, isto não é como na corporalidade, onde na medida que a pessoa trabalha, qualquer trabalhador recebe um salário, ou seja uma recompensa em retorno pelo seu trabalho. Em vez disso, aqui a inovação é que a recompensa é o trabalho.
Respectivamente, o significado de "Sua recompensa é grande," é de quanto é a recompensa? Não há questão aqui de lhe dar mais ou menos recompensa. Isso pode se dizer quando a pessoa trabalha para receber recompensa em retorno pelo seu trabalho, onde há a questão de excessos e défices. Mas se a recompensa é o próprio trabalho, não há questão de ser recompensado pelo trabalho. Portanto, para implicar isto, ele diz, "Sua recompensa é grande," especificamente "segundo o seu trabalho," uma vez que somente o trabalho é a recompensa.
Com isto devemos interpretar aquilo que está escrito (Deuteronómio 4:2), "Tu não somarás à coisa que Eu te ordeno, nem subtrairás dela, para manter os mandamentos do Senhor teu Deus que Eu te ordeno." No trabalho, devemos interpretar aquilo que ele diz. Nós entendemos "Nem subtrairás," mas por que é proibido acrescentar?
No trabalho, devemos interpretar que se uma pessoa quer receber mais recompensa, o seu caminho pode ser adicionar mais Torá e Mitsvot. Mas em vez disso, "Não somes e não subtraias," dado que a recompensa é o trabalho em si do Criador dar à pessoa um lugar para servir o Rei. E esse poder é a recompensa. Assim, há a intimação, "Não somes e não subtraias," ou seja que é impossível acrescentar mais, para receber mais recompensa, mas que é exacta, ou seja o trabalho e a recompensa são como duas gotas num lago.
Isto assim é especialmente no trabalho. Ou seja, quando a pessoa quer trabalhar no caminho da verdade, que é o trabalho em prol de doar, embora o sentido literal seja relativo a Mitsvot práticos, que na prática, significa que você não deve adicionar ou retirar, mas em termos da intenção, quando a pessoa trabalha em prol de doar, há também a questão de "Não somar." Por outras palavras, é impossível acrescentar à recompensa mais do que ela trabalha, dado que ela quer receber mais do trabalho é uma recompensa, ou seja para além do trabalho, que lhe seja dada uma recompensa. Sucede-se que ela está a trabalhar em Lo Lishma [não pelo Seu bem]. Mas como foi dito acima, a recompensa e o trabalho são iguais e é impossível receber mais recompensa, mas somente segundo o trabalho.
Segundo o citado, devemos interpretar o que o Zohar explica sobre o versículo, "Não há rocha como nosso Deus." Isso significa que o Criador forma uma forma dentro de uma forma, ou seja a forma do Ubar [embrião] dentro da forma da sua mãe. O que é "forma uma forma dentro de uma forma" no trabalho? É que a pessoa se santifica, ou seja quer trabalhar em prol de doar. Esta Kedushá não vem do homem, para que o homem ajude o Criador de maneira alguma, para o Criador conceder Kedushá sobre ele, como está escrito, "Aquele que vem para se purificar é ajudado." Em vez disso, o Criador faz tudo, pois "Ele sozinho fez, faz e fará todas as acções."
Esse é o significado daquilo que está escrito, "forma uma forma dentro de uma forma," ou seja a forma do Ubar dentro da forma da sua mãe. Significa isto que a forma da mãe é a base e com esta forma, o homem nasce. Isto é chamado "a forma da sua mãe." Posteriormente quando a pessoa começa o trabalho e quer caminhar no caminho da doação, ela começa com o primeiro grau de Kedushá.
É sabido que há três discernimentos chamados 1) Ibur, 2) Yenika, 3) Mochin.
O primeiro princípio, quando a pessoa entra em Kedushá, é o Ubar. Este é o significado do Criador formar uma forma de doação dentro da forma anterior, que é a mãe, que é chamada "vasos de recepção." Nos vasos de recepção, o homem nasce. Posteriormente, o homem alterna para a Kedushá, que é que todas suas acções sejam pelo bem do Criador.
Portanto, quem lhe deu os vasos de doação? É como aprendemos, que Aviut [densidade] de Keter é chamada Aviut de Shoresh e é chamada Aviut do Ubar. A Shoresh [raiz] é o Criador, cujo desejo é fazer o bem às Suas criações. Quando a pessoa recebe a primeira qualidade de Kedushá, ela recebe vasos de doação, ou seja que ela consegue direccionar para doar em vasos de doação.
Isto é chamado que o Criador "forma uma forma," ou seja a forma da doação, que é que Ele lhe dá o poder para ser capaz de doar dentro da forma da sua mãe, que é o estado anterior, antes de ele ter vindo para se conectar à Kedushá. O estado anterior é chamado "mãe" e o próximo estado é chamado Ibur.
Depois do Ubar há o nascimento, até que o recém-nascido cresça e através de correcções fique Gadol [grande/adulto], considerado ter sido recompensado com Mochin de Kedushá. Nós devemos interpretar Ubar da palavra Ovér [passar], que é o primeiro estado, quando ele passa de usar vasos de recepção para o grau de Kedushá, onde ele usa somente Kelim [vasos] que possam direccionar para doar. Inversamente, os Kelim não são usados.
Acontece que o Ibur é o mais importante. Tal como na corporalidade, quando a mulher engravida, ela é certa de também dar à luz. Portanto, toda a preocupação é que a mulher engravide. Posteriormente, a mulher habitualmente vai dar à luz, também. Porém, há algumas excepções e a mulher tem um aborto espontâneo devido a certa corrupção.
Similarmente, no trabalho, a coisa principal que é difícil para nós é entrarmos no Ubar, ou seja que a vontade de receber receba dentro dela um desejo diferente chamado "desejo de doar." Quando a pessoa é recompensada com o estado do Ubar, ou seja que dentro do desejo de receber entre um desejo de doar, isto é considerado que o Criador formou uma forma dentro de uma forma.
Devemos entender esta maravilha de formar uma forma dentro de uma forma. Segundo aquilo que interpretamos, esta é uma grande novidade, um verdadeiro milagre, dado que isso vai contra a natureza, pois somente o Criador consegue mudar a natureza e isso está fora das mãos do homem. Esta é a novidade, que o Criador forma a forma de doação dentro da forma da mãe, que é a forma de recepção. Isto é chamado a Kedushá que o Criador dá.
Diz-se, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor, pois não há outro além de Ti," pois não há ninguém no mundo que consiga mudar a natureza e fazer dentro do Kli [vaso] que vem até à pessoa por natureza, o desejo de receber, que mais tarde terá uma natureza diferente, chamada "desejo de doar." Isto é toda inovação de formar uma forma dentro de uma forma.
Agora devemos interpretar o significado da proximidade de "Se uma mulher inseminar, ela tem um menino." Rabi Yehuda começou com aquilo que está escrito, "Não há nenhum tão sagrado como o Senhor, pois não há outro além de Ti." É sabido que semear é, por exemplo, pegar em trigo ou cevada e etc e colocá-los no solo até que apodreçam. Posteriormente, o grão de que precisamos sai deles.
No trabalho, uma mulher é considerada aquele que trabalha, aquele que deve parir. Por esta razão, se a mulher, que é fêmea, ou seja um vaso de recepção, se a pessoa semeia a qualidade de "mulher," ou seja uma menina - que é a vontade de receber - no solo, para apodrecer, isto mais tarde vai produzir um menino. Por outras palavras, se a pessoa semeia sua menina no solo, ou seja os vasos de recepção, isso vai produzir vasos de doação, chamados de "menino."
E se o homem primeiro inseminar, ou seja que ele quer que os vasos de doação nele apodreçam na terra, significando que quando ele se engaja na Torá e Mitsvot, sua meta é que as acções de doação vão para a terra e apodreçam, então ela tem uma menina. Ou seja, a sua vontade de receber cresce. Esse é o significado de parir uma menina. Por outras palavras, as acções de doação o trarão ao benefício pessoal, chamado de "fêmea."