Agosto de 1957, Boston
É sabido que o propósito da criação dos mundos é fazer o bem às Suas criações. É também sabido que falamos somente daquilo que deriva Dele, mas Nele, de Ele Mesmo, não há pensamento ou percepção. Respectivamente, devemos entender por que dizemos que o pensamento da criação é praticar o bem às Suas criações, uma vez que não alcançamos os Seus pensamentos, como está escrito "Meus pensamentos não são teus pensamentos."
Porém, devemos dizer como na conhecida regra, "Pelas Tuas acções, Te conhecemos." Foi interpretado que através das acções, conhecemos os Seus pensamentos. Uma vez que os justos do mundo foram recompensados com todo o deleite e prazer, com esta acção eles concluíram que tal foi Sua intenção: É de fazer o bem às Suas criações.
Assim sucede-se que todas as coisas que dizemos são somente do lugar onde há uma conexão entre o Criador e os seres criados, onde a acção é já aparente nos seres criados, como no versículo, "Tu os fizeste a todos com sabedoria." Ou seja, nós falamos somente da perspectiva das acções, como está escrito no Poema da Unificação, "Pelas Tuas acções, Te conhecemos." Porém, nós não temos proferimento ou palavra a falar sobre o Criador sem Seus seres criados, como foi dito, "Não há pensamento ou percepção Dele ou semelhante."
Respectivamente, por que não questionamos sobre a razão de dizermos que a Criação nada acrescenta a Ele, então por que é que Ele a criou se ela não acrescenta em nada, uma vez que esta questão é perguntar se o Criador teve uma necessidade para a Criação antes de Ele a ter criado? Sucede-se que queremos falar Dele antes da criação, ou seja antes de haver uma conexão entre o Criador e os seres criados e dissemos acima que antes desta conexão, "não há pensamento ou percepção que se pareça."
Porém, podemos ver que esta foi Sua intenção. A prova disto é que Ele nos dá abundância quando estamos prontos para receber o presente do Rei e não haverá qualquer defeito no presente, ou seja quando o pão da vergonha não for sentido no presente, nomeadamente quando a intenção do homem foi somente pelo bem do Criador.
Nessa altura, quando a pessoa receber do Dador, é também com a supracitada meta, ou seja que ela quer receber o presente do Rei porque ela sente que esta é Sua vontade e não pelo bem do benefício pessoal e então ela é recompensada com receber todo o deleite e prazer.
E para acrescentar clarificação, é como está escrito, "A terra inteira está cheia da Sua glória, como está escrito no Zohar, "Não há lugar vazio Dele." Todavia, nós não o sentimos por falta de instrumentos de sensação.
Podemos ver que com um rádio, que recebe todos os sinais do mundo, o rádio não cria os sons. Em vez disso, o som existe no mundo, mas antes de termos o dispositivo de rádio, nós não detectávamos os sons embora eles realmente existissem na realidade.
Similarmente, podemos entender que "Não há lugar vazio Dele," mas precisamos de um dispositivo de rádio. Esse rádio é chamado Dvekut [adesão] e "equivalência de forma," que é um desejo de doar. Quando tivermos esta máquina, imediatamente sentiremos que não há lugar vazio Dele, mas "A terra inteira está cheia da Sua glória."