Artigo nº 45, 1991
Nossos sábios disseram (Shabat 10), “Qualquer juiz que julgue com absoluta verdade, é como se ele se tornasse parceiro do Criador na obra da criação”.
Devemos entender o seguinte:
1) O que é “julgamento verdadeiro” e o que é “julgamento absolutamente verdadeiro”? Parece que poderia haver um julgamento verdadeiro, mas ainda faltaria o “absoluto”, embora em geral seja verdadeiro. Além disso, o que significa “absolutamente”? Ou seja, o que nos acrescenta o “absolutamente”?
2) Qual é o significado de “é como se ele se tornasse parceiro do Criador na obra da criação”?
3) Por que, especificamente, se for “absolutamente verdadeiro”, ele pode tornar-se parceiro do Criador na obra da criação, enquanto que, se for meramente “verdadeiro”, ele não pode tornar-se parceiro? Devemos entender o motivo, ou seja, a ligação entre ser “absolutamente verdadeiro” e a obra da criação.
É sabido que a obra da criação, que é a criação do mundo e de tudo o que nele existe, teve como objetivo fazer o bem às Suas criações. Nesse sentido, o mundo emergiu tanto com a carência como com a satisfação da carência. Isso é chamado “o mundo de Ein Sof [infinito/sem fim].” Nesse momento, a luz superior preenchia toda a realidade da criação.
Porém, para evitar a questão da vergonha, houve uma correção chamada Tzimtzum [restrição], que é uma ocultação e esconderijo para que o deleite e o prazer que o Criador deseja transmitir às criaturas não sejam aparentes no mundo antes que elas possam ter a direção de doar contentamento ao Criador.
Por esta razão, cabe à criação corrigir a questão da vergonha, nomeadamente que eles devem se direcionar em prol doar. Visto que as criaturas foram criadas com uma natureza de vontade de receber para si, uma vez que o Criador deseja que as criaturas desfrutem da abundância que Ele deseja dar-lhes, Ele criou nelas um desejo e um anseio por essa questão. Portanto, se as criaturas devem agir ao contrário, de receber com a meta de doar, isto é muito trabalhoso. Isto é considerado que devemos fazer Kelim [vasos] que sejam adequados para receber o deleite e o prazer, e para que não haja nenhuma vergonha ao receber os prazeres.
Segue-se, portanto, que o Kli [vaso] que deve receber a abundância do Criador é composto por dois discernimentos: 1) uma vontade de receber prazer, 2) a intenção deve ser em prol de doar.
Segue-se que, para que o propósito da criação seja cumprido, nomeadamente para que as criaturas recebam deleite e prazer, devemos notar dois parceiros na realização dos Kelim: 1) o Criador, que deu a vontade de receber, 2) a intenção com a qual as criaturas devem receber aquilo que recebem. Isto é chamado “receber em prol de doar”.
O Kli que seja apto a receber o deleite e o prazer é feito desses dois.
Consequentemente, devemos interpretar aquilo que perguntamos: O que significa o fato de eles terem dito: “É como se ele se tornasse parceiro do Criador na obra da criação”? Devemos entender o que nos diz aquilo que eles dizem “como se”. A questão é que da perspectiva da luz, que é o deleite e o prazer, só o Criador dá. Nisto não podemos falar de parceria. Mas no que diz respeito ao Kli, aí podemos falar de parceria, já que o Criador deu a vontade de receber e o anseio de receber prazer, e as criaturas dão a outra metade do Kli, nomeadamente o desejo de doar. Por outras palavras, atribuímos a parte do Kli que é a vontade de receber ao Criador, e a outra parte do Kli, o desejo de doar, atribuímos às criaturas; é isso que as criaturas fazem. Assim, existem dois parceiros no Kli.
Isto é como está escrito no Zohar (“Introdução ao Livro do Zohar,” Item 67), “‘E dizer para Sião: ‘Tu és o Meu povo.’’ Não pronuncie ‘Tu és o Meu povo [Ami]’, mas ‘Tu estás Comigo [Imi],' com um Hirik na Ayin, que significa parceria Comigo. Assim como Eu fiz os céus e a terra com a Minha fala, também tu.” Isto é, Eu comecei a criação criando a vontade de receber, e tu deves terminar, ou seja, colocar a intenção de doar sobre a vontade de receber. Isso é chamado “parceria”.
Daqui se sucede que a parceria resulta principalmente da Tzimtzum e das ocultações que foram feitas nas vasos de recepção. Ou seja, a luz partiu por motivo da correção da Tzimtzum, mas através da correção chamada “em prol de doar”, a luz pode brilhar mais uma vez, na medida que o Kli tiver um desejo de doar.
Consequentemente, devemos perguntar: Está escrito: “Toda a terra está cheia da Sua glória”, e também está escrito no Zohar, “Não há lugar vago Dele” (nenhum lugar está vago do Criador). Isto significa que não há lugar de esconderijo ou Tzimtzum no mundo. No entanto, vemos que quando uma pessoa chega a uma descida, ela está sob o governo da ocultação e da Tzimtzum e não sente nenhuma espiritualidade.
A questão é que, da perspectiva do Criador, não há Tzimtzum e “Toda a terra está cheia de Sua glória”. No entanto, “Tu és até que o mundo fosse criado, e Tu és assim que o mundo foi criado”. Devemos interpretar isso assim como antes da criação do mundo (Olam [mundo] significa He'elem [ocultação] e esconderijo), o Criador ainda preenchia toda a realidade; da mesma forma, “assim que o mundo foi criado (quando a ocultação e o esconderijo foram criados), o Criador também preenche toda a realidade, e não havia lugar vago para o Criador. Porém, Ele está oculto das criaturas; elas não O sentem por causa da correção, para que não haja a questão da vergonha.
Segue-se que a ocultação e esconderijo que a pessoa sente no trabalho começa especificamente quando ela deseja ser recompensada com a Dvekut [adesão] com o Criador, como está escrito, “e apega-te a Ele”, que é a questão da equivalência de forma. Isto significa que tal como o Criador quer deleitar as Suas criações, o homem deve tentar fazer com que trazer contentamento ao Criador seja a sua única preocupação na vida.
Para que uma pessoa não se engane e diga que não se preocupa consigo mesma, e que a sua intenção é somente para doar ao Criador, quando lhe é dada uma descida do alto, quando ela não sente nenhum sabor na Torá e Mitsvot [mandamentos/boas ações], a pessoa consegue ver seu verdadeiro estado, se ela não tem desejo por si mesma e se todos os seus pensamentos são para o bem do Criador, ou para o seu próprio bem. Durante a descida, a pessoa deve dizer: “Não importa como me sinto quando me envolvo na Torá e Mitsvot, já que todos os meus pensamentos são para beneficiar o Criador. Portanto, faço a minha parte e acredito que o Criador irá desfrutar. Quanto ao pensamento de que devemos pensar desta forma, recebo-o da fé nos sábios.” Por outro lado, quando a sua meta é o seu benefício pessoal, ela diz o contrário.
Isto é como está escrito no artigo “A Ordem do Trabalho” de Baal HaSulam (Item 4), “Ao atribuir o trabalho ao Criador, ela deve acreditar que o Criador aceita o nosso trabalho, independentemente de como o trabalho nos pareça. ” Uma pessoa deve apenas atribuir o trabalho ao Criador; isto é suficiente.
Portanto, durante a descida, ela consegue ver o seu verdadeiro estado no trabalho. Mas o ponto principal é que, naquele momento, ela deve fortalecer-se com a fé de que “toda a terra está cheia da Sua glória”. Assim, mesmo que a pessoa esteja num estado de humildade, ela não deve dizer que neste lugar não podemos dizer “Toda a terra está cheia da Sua glória”. Em vez disso, a pessoa deve acreditar naquilo que está escrito: “Sua glória enche o mundo”, e isso está somente escondido dela, e que isso foi feito para que ela tivesse lugar para escolher, e para trabalhar em prol de doar e não para seu próprio bem, pois devido à sua meta ser o seu benefício pessoal, ela não poderá trabalhar com alegremente, já que a vontade de receber para si mesma não sente qualquer sabor.
Nesse momento, a pessoa pode ficar satisfeita por agora ter um lugar onde pode dizer que está a trabalhar somente pelo bem do Criador. Se ela não consegue superar e ficar feliz com este trabalho, ela deve dizer: “Estou feliz por ver a verdade, por estar longe do trabalho da verdade. Portanto, agora tenho a oportunidade de pedir ao Criador do fundo do coração que Ele me ajude. Caso contrário, estarei perdido porque vejo que sou impotente para superar e emergir do governo da vontade de receber para mim mesmo.”
Vemos, portanto, que a ordem do trabalho é que a pessoa deve pedir recompensa pelo seu trabalho na Torá e Mitsvot, pelo qual ela conseguirá trabalhar pelo bem do Criador. Isto é considerado que a pessoa deve adquirir vasos de doação pelos quais será capaz de receber deleite e prazer, pois este foi o propósito da criação “fazer o bem às Suas criações”.
Isto é como nossos sábios disseram: “A Torá e Mitsvot foram dados somente para purificar Israel”. Isto é, a recompensa que eles pedem em troca de observar a Torá e Mitsvot é a purificação, ou seja, a intenção, que ao observar a Torá e Mitsvot eles serão recompensados com o desejo de doar, como disseram nossos sábios: “A luz nela o reforma”.
Consequentemente, devemos interpretar aquilo que perguntamos: O que significa o facto de eles terem dito: “Qualquer juiz que julgue com absoluta verdade torna-se parceiro do Criador na obra da criação”? A questão é: o que é “verdade” e o que é “verdade absoluta”?
A resposta é, como escrevi (Artigo nº 44, Tav-Shin-Nun-Alef), que existem dois discernimentos sobre “pelo bem do Criador”: 1) Ele não está a trabalhar pelo respeito das pessoas ou por dinheiro. Em vez disso, ele está a trabalhar humildemente com o Senhor seu Deus, e todo o seu trabalho é para observar a Torá e Mitsvot, que o Criador nos ordenou. Portanto, ele pede ao Criador que lhe dê neste mundo vida, saúde, provisão e assim por diante. Além disso, Ele deve recompensá-lo no mundo vindouro, como está escrito na Torá: “Se tu obedeceres, darei grama para o teu campo”. Ou seja, o Criador irá recompensá-lo. Isto significa que as Mitsvot ele observa são somente pelo bem do Criador.
2) Ele trabalha pelo bem do Criador, e até mesmo a sua intenção é pelo bem do Criador. Ou seja, ele não quer nenhuma recompensa, mas tudo é pelo bem do Criador. Isto é considerado que a sua meta também pelo bem do Criador.
Portanto, devemos interpretar que a mera “verdade” significa que apenas as suas ações são para o bem do Criador, mas ele ainda não consegue fazer a intenção para o bem do Criador. Portanto, quando se fala em termos de trabalho, significa que qualquer pessoa que se queira julgar e ver sua situação no trabalho precisa de ser um verdadeiro juiz.
Embora ela seja um juiz verdadeiro, que vê que todas as suas ações são em prol do Criador, esse juiz ainda não pode ser “como se ele se tornasse parceiro do Criador na obra da criação”. Ou seja, a obra da criação é a criação do mundo, onde a intenção era deleitar Suas criações. Foi feita uma correção para que de modo a evitar o pão da vergonha as criaturas devem fazer a outra metade do Kli, que é o direcionamento em prol de doar. E uma vez que ele julga com verdade, ele ainda é inadequado para receber o deleite e o prazer porque ainda existe disparidade de forma entre ele e a luz. Portanto, ele não pode ser parceiro.
Por outro lado, um juiz que julga com absoluta verdade, ou seja, onde a meta é também pelo bem do Criador, então já existe uma correção dos vasos de recepção, portanto há equivalência entre o Kli e a luz. Nesse momento, a luz consegue brilhar nesse Kli e esse juiz passa a ser parceiro, pois deu a parceria do Kli, significando o desejo de doar que está no Kli da vontade de receber, chamado “receber em prol de doar”. Isto significa que só agora que ele terminou o Kli pode o propósito da criação, que é a obra da criação, ser revelada aos inferiores, uma vez que a questão da vergonha foi corrigida porque eles já conseguem receber tudo em prol de doar.
Contudo, quando uma pessoa coloca um juiz para julgar a sua situação, para ver se ela prefere o amor pelo Criador ao amor próprio, e o juiz deve determinar a verdade do assunto, este não deve ser o seu trabalho principal. Pelo contrário, o seu trabalho principal deve ser se exercer na “direita”, ou seja, envolver-se na Torá e Mitsvot e receber desta plenitude e alegria porque ele foi recompensado com o envolvimento na Torá e Mitsvot. Não importa quanto amor ele tenha nesse momento pela Torá e Mitsvot. Pelo contrário, até a própria observância das Mitsvot sem quaisquer condições, ele acredita que é uma grande coisa quando uma pessoa atribui o trabalho ao Criador, independentemente da forma do seu trabalho, pois o Criador aceita tudo.
Esse trabalho chama-se “direita” e “plenitude”, e disso a pessoa recebe vitalidade, para ter forças para depois caminhar também pela “esquerda”, ou seja, colocar um juiz que fará um julgamento verdadeiro sobre a verdadeira natureza do seu trabalho. Contudo, isto deve ser somente parte do tempo que ela dedica a servir o Criador. A maior parte do tempo do trabalho deve ser à direita. Isto é considerado duas pernas, pois é impossível caminhar com uma só perna e avançar no trabalho.
Com isso devemos interpretar aquilo que está escrito: “'Paz, paz, para os distantes e para os próximos', disse o Senhor, 'e Eu o curarei.'” Devemos interpretar “longe” e “perto” no trabalho. “Longe” significa a linha esquerda. Ou seja, quando uma pessoa coloca um juiz para julgar como ela se comporta no trabalho, ela vê o quão distante ela está do Criador. “Para os próximos” significa quando uma pessoa volta a trabalhar na linha direita, que é quando ela vê apenas a plenitude. Ou seja, ela valoriza o trabalho e considera até mesmo um pequeno apoio na Torá e Mitsvot como uma fortuna, já que ela não merece nem um pouquinho de proximidade. Portanto, num estado de “direita”, a pessoa é considerada “próxima do Criador”.
Mas essas duas linhas contestam entre si, porque elas se contradizem. Nessa hora chega a linha do meio e decide e faz as pazes entre elas. Isto é considerado o Criador fazer a paz entre elas, pois é sabido que o Criador é chamado “a linha do meio”.
Sabe-se que a ordem do trabalho é que comecemos a trabalhar em uma só linha, que é o trabalho do público geral, que toma em consideração somente a ação. Lá todos ficam mais ou menos satisfeitos com o trabalho. Devemos saber que numa só linha brilha a Luz Circundante no geral, que é a luz que brilha de longe. Isto é, a pessoa ainda está longe da equivalência de forma, mas recebe iluminação desta luz. Nesse momento, não há nela “duas escrituras que se negam”, pois ela só tem um único caminho.
Mas quando a pessoa muda para a linha esquerda, quando ela quer se arrepender, isso só pode acontecer quando ela coloca um juiz para examinar a sua situação. Se o juiz for verdadeiro, ela vê que não está bem, o que significa que tudo aquilo ela que faz é para o seu benefício pessoal. Então ela tem espaço para orar para que queira se arrepender, ou seja, retornar ao Criador, ficar aderida ao Criador e não ser separada. Então sua única linha se torna a linha direita.
De acordo com o acima exposto, devemos interpretar o que nossos sábios disseram (Midrash Rabá 19), quando Rúben começou com arrependimento, como está escrito: “A criança se foi, e eu, para onde vou?” Devemos interpretar que isto indica que a ordem do arrependimento é quando a pessoa diz: “A criança se foi”.
É sabido que existem duas forças dentro do homem: 1) um rei velho e tolo, 2) uma pobre criança, como está escrito (Eclesiastes 4): “Melhor é uma pobre criança e sábia do que um rei velho e tolo”. Isso significa que quando uma pessoa começa a se arrepender, ela deve saber do que se deve arrepender. Isto está implícito no que Reuben disse: “A criança se foi, e eu, para onde vou?” Ou seja, a criança, que é chamada “boa inclinação”, se foi, e tudo aquilo que se vê é que o corpo está completamente controlado pelo velho e tolo rei, que é a “má inclinação”, e sabe-se que a boa inclinação é chamada “desejo de doar”, e a inclinação do mal é chamada “vontade de receber”.
Segue-se que antes de uma pessoa ver que a vontade de receber a controla e que esse controle a prejudica, fazendo com que ela fique longe do Criador, ela ainda não tem nada do que se arrepender. Somente quando ela vê que “a criança se foi” adquire ela um lugar de carência a partir do qual se arrepender, ou seja, retornar ao Criador, que é chamado “ Dvekut [adesão] com o Criador.” Isto é, onde antes ela estava longe do Criador, agora ela ficou próxima do Criador, e isso é chamado “arrependimento”.
Isso também é chamado “linha esquerda”, seguindo a regra: “Qualquer coisa que exija correção é chamada 'esquerda'”. Tal como uma pessoa também deve estar na plenitude chamada “direita”, ela cria “duas escrituras que negam uma à outra, depois a terceira escritura virá e decidirá entre elas.” Por outras palavras, nesse momento o Criador lhe dá o desejo de doar, e então ela obtém a verdadeira plenitude. Isto é, então ela é recompensada com a Torá, chamada “A Torá, e Israel, e o Criador são um”.
No entanto, ela não deve esquecer que embora o trabalho deva ser principalmente à direita, chamado “plenitude”, onde a pessoa extrai combustível da direita, ainda assim, o progresso no trabalho, ou seja, alcançar a completude do objetivo de receber o deleite e prazer, depende especificamente da esquerda, pois ali ela vê a sua carência e tem espaço para corrigir essa carência através da oração para que o Criador satisfaça a sua carência. A pessoa avança somente com a ajuda do Criador, como O Zohar escreve que a ajuda que vem do alto é chamada uma “alma santa”. É assim que ela avança até ser recompensada com alcançar o propósito da criação, que é o deleite e o prazer.
Agora podemos interpretar o que está escrito (Salmos 78): “Ele escolheu David, seu servo, e o tirou dos currais, do cuidado das ovelhas com cordeiros aleitados. Ele o fez crescer para pastorear Jacó, seu povo, e Israel, sua herança”. Devemos interpretar por que Ele escolheu David, seu servo; que méritos tinha ele sobre os outros? Ele diz sobre isso, “e o tirou dos currais”. Devemos interpretar “currais” como alimento. Ou seja, qual era a comida dele? Ele diz, ovelhas. Ovelhas, explicou Baal HaSulam, significam “saídas”.
Isto é, quando uma pessoa sente que emergiu do trabalho do Criador, que está em descida, ela não deve ficar alarmada com isso. Pelo contrário, isto lhe dá espaço para orar ao Criador para que a liberte do controle do mal e se aproxime Dele. Por isso, cada saída que ele teve lhe deu combustível e motivos para orar. Por outro lado, quando uma pessoa está sempre em subida, ela não tem necessidade de avançar. Este é o significado das palavras “e tirou-o dos currais”.
Além disso, está escrito: “Ele o fez crescer”. Devemos interpretar que “crescer” significa subidas. “O fez crescer” significa que depois das subidas, que são descidas, Ele o trouxe “para pastorear Jacó, Seu povo”. “Jacó” é considerado Yod-Akev [calcanhar], já que calcanhar é chamado “fé”, que é algo que a pessoa pisa com os calcanhares. Ou seja, é algo de importância inferior. Ou seja, especificamente dos estados que vêm depois das subidas, que são as descidas, especificamente das descidas, ele pastorearia a sua fé.
Isso significa que a partir das descidas ele extraiu as forças para expandir a fé. Este é o significado das palavras “Jacó, Seu povo”, significando o povo do Criador. “E Israel, Sua herança” significa que depois de ele ter sido recompensado através das descidas com o estado de Yod-Akev, que é a fé, ele foi recompensado com a “herança da terra”. É por isso que está escrito: “Israel”, pois depois ele alcançou o grau Yashar-El [Israel, lit: direto ao Criador]. Então ele conseguiu a herança da terra, que é o propósito da criação. Este é o significado das palavras “Israel, Sua herança”.
Porém, não devemos esquecer que a atenção principal no trabalho deve ser dada à linha direita. Avançamos também do estado da esquerda, mas não podemos caminhar sem a direita, pois a pessoa deve em alegria, como está escrito: “Serve ao Senhor com alegria”, e só podemos receber isso da linha direita. Embora isso contradiga a linha esquerda, mas como uma pessoa deve estar de bom humor, o que só é obtido quando a pessoa acredita no Criador e tem fé nos sábios, que nos disseram que a pessoa deve tentar valorizar todas as suas ações, mesmo se ainda não estiverem da maneira que deveriam estar, na medida em que a pessoa agradece ao Criador, mesmo pelas pequenas coisas que ela pode fazer, isso a conecta ao Criador.