Traduzido de: From Chaos To Harmony: The Solution to the Global Crisis According to the Wisdom of Kabbalah
AJUDANDO OS OUTROS
O investigador de primatas, Frans de Wall, apresenta mais e mais exemplos de altruísmo na Natureza no seu livro, Good Natured. Numa das suas experiências ele descreve, dois primatas que foram separados um do outro por uma divisória transparente que os permitia ver um e outro.
A cada um foi-lhes dada comida em alturas diferentes, e os macacos tentaram entregar a comida através da divisória.
Observações revelaram que os macacos tinham tendência a aumentar o seu estado de alerta e preocupação quando um deles estava magoado ou aleijado. Uma fêmea aleijada conseguiu sobreviver durante duas décadas num clima agreste, e até cuidar de cinco gerações de crias, graças à ajuda dada pelos outros macacos.
Outra fêmea, mental e fisicamente aleijada, sobreviveu com o apoio da sua irmã mais velha, que a arrastou nas suas costas durante muito tempo e a protegeu. A um macaco fêmea que teria perdido a sua visão foi dada uma guarda especial pelos machos. Um babuíno macho cujo irmão teve um episódio de epilepsia ficou ao lado do seu irmão em dor, pousou a sua mão no peito do seu irmão e firmemente preveniu a aproximação dos tratadores que o queriam examinar.
Outros animais agem muito similarmente. Os golfinhos apoiam os seus companheiros magoados e mantêm-os perto do nível de agua para os impedir de afogar. Os elefantes juntam-se para ajudar um dos seus que estava a morrer na areia. Tentaram o seu melhor para pegar nele empurrando as suas trombas e presas por baixo do seu corpo. Alguns até partiram as suas presas neste processo. Para finalizar, amigos de uma elefante fêmea que teria sido atingida pela bala de um caçador nos seus pulmões, ajoelharam-se debaixo dela para a prevenir de cair.
UMA SOCIEDADE COMUNITÁRIA ENTRE ANIMAIS
O mundo animal apresenta alguns dos mais espectaculares exemplos de sociedades comunitárias onde cada elemento trabalha para beneficio do todo. Tais sociedades incluem formigas, mamíferos e pássaros.
Os biólogos Avishag e Amotz Zahavi pesquisaram a vida comunitária do Babbler Árabe, um pássaro que se encontra em grandes números nas terras áridas do Médio Oriente. Descrevem muitos fenómenos altruístas. O Babbler Árabe vive em grupos, coopera no que diz respeito a defender o seu território, e elabora um ninho colectivo dentro dele. Enquanto os outros pássaros comem, um permanece para guardar o grupo apesar da sua fome. Os Babblers que encontram comida oferecem-a aos seus amigos antes que eles próprios estejam cheios. Alimentam os mais novos do grupo e satisfazem-lhes todas as necessidades. Quando um predador se aproxima, os Babblers soam um alarme para avisar os membros do grupo, ainda que com o risco de se exporem ao perigo. Também se arriscam a salvar um membro que tenha sido capturado por um predador.
INTERDEPENDENCIA
A pesquisa cientifica encontra numerosos exemplos de interdependência.
Tal é o exemplo da planta Yucca, que tem uma relação de simbiose (interdependente) com a Borboleta Yucca. A borboleta fêmea ajuda a fertilizar a flor transmitindo pó de uma flor colocando-o precisamente noutra flor. Subsequentemente, a borboleta fêmea coloca os seus ovos no lugar onde as sementes da planta se vão desenvolver. Quando as larvas chocam, alimentam-se das sementes da planta Yucca. Porém, deixam sementes suficientes para permitir a continuação da planta. Ao suster este tipo de relacionamento, tanto a plana como a borboleta asseguram a continuação das suas espécies.
SEM POBREZA OU FALTA
Num artigo escrito em 2002, o Professor Theodor C. Bergstrom explica que num ambiente livre de humanos, os animais vivem de acordo com o que é benéfico para o ambiente, não pela lei da "sobrevivência do mais forte", como é frequentemente acreditado. Em tal sociedade, os animais mantêm uma existência equilibrada, e a densidade populacional adapta-se sempre às condições em que é inserida. Nunca existe falta de nada ou privação em qualquer parte da população a menos que haja um "acidente," o qual a sociedade animal corrige rapidamente. A Sociedade sobrevive de uma forma que coloca cada um dos seus elementos nas condições ideais para a sua sobrevivência e uso dos recursos ambientais.
NA NATUREZA, TUDO AVANÇA EM PROL DA UNIÃO
A evolução da natureza prova que o processo de tornar o mundo numa aldeia global não é coincidência. Em vez disso, é uma fase natural, à medida que a civilização avança para harmonia compreensiva.
De acordo com a bióloga Elisabet Sahtouris, no final do processo haverá um sistema no qual todas as partes estarão interligadas em reciprocidade e colaboração.
Numa palestra dada numa conferência em Tóquio em 2005, Sahtouris explicou que a evolução é compreendida de fases de individualismo, conflito e competição. No final destes estágios os elementos unem-se num sistema uno e harmonioso.
Ela usou como exemplo o processo evolucionário da vida na Terra. Há biliões de anos atrás, a Terra era habitada por bactérias. As bactérias proliferaram e começaram a competir pelos recursos da Natureza, tais como comida e territórios. Consequentemente, uma nova entidade -uma colónia de bactérias- foi formada, que era mais adequada às condições ambientais.
A bactéria é na realidade uma comunidade de bactérias que funcionam como um organismo único. Por estas mesmas regras, as criaturas unicelulares começaram a evoluir e tornaram-se criaturas pluricelulares, finalmente compreendendo corpos complexos de plantas, animais e pessoas.
Cada elemento distinto tem um interesse pessoal e egoísta. No entanto, a essência da evolução está no sentido em que elementos com interesses pessoais se unam num único corpo e trabalhem para o interesse colectivo desse corpo. Sahtouris observa o processo pelo qual a humanidade está a atravessar como um passo necessário para formar uma família humana una -uma comunidade que providencie para o interesse de todos, assim como para que funcionemos como partes saudáveis da mesma.
Desta forma, se observarmos cuidadosamente os elementos da Natureza, veremos que o altruísmo é a base da vida. Todo o organismo vivo e cada sistema consiste de um agrupamento de células ou partes que cooperam, complementam e ajudam-se uma à outra. Estas partilham e sobrevivem pela lei, "Um por todos." Se olharmos profundamente para a Natureza, encontraremos mais e mais exemplos da conectividade reciproca e da lei geral da Natureza que é "um laço altruísta entre todos os seus elementos egoístas."
A Natureza desenhou a vida de uma forma que cada célula tem de se tornar altruísta para com os outros de forma a construir um corpo vivo. A Natureza criou uma regularidade pela qual a adesão conferida às células e órgãos num corpo vivo é o relacionamento altruísta que existe entre eles. Então, a força que cria e sustêm a vida é altruísta, a força de dar e partilhar, harmoniosamente em equilíbrio com todos os seus elementos.
IN "From Chaos to Harmony: The Solution to the Global Crisis According to the Wisdom of Kabbalah" Chapter Three: Altruism is Life’s Law, Rav Michael Laitman PhD
Editora: Laitman Kabbalah Publishers
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