A Ponta do Icebergue
Traduzido de: Kabbalah Today Issue#8
Onde não fazia um calor abrasador na América do Norte este passado verão, estava inundado. Mas não foi apenas na América do Norte. Grandes partes da Europa e Ásia pareceram estar ou em chamas (literalmente) ou submersas sob inundações instantâneas, deslizamentos, ou rios a transbordar. E onde o mal não viesse do céu, veio de baixo do chão: o Peru está a recuperar de um terramoto mortal, e até no Japão a maior central nuclear foi encerrada depois de um terramoto ter desencadeado uma fuga de radiação.
Estes desastres, como muitos cientistas já admitem, são meramente a ponta de um icebergue cuja imensidão é imensurável. A ocorrência de outra catástrofe monstruosa é mais uma questão de "quando" do que de "se". Poderá ser que começamos a sentir, como o ambientalista James Lovelock nomenclou ao seu livro, A Vingança de Gaia (Terra, na mitologia Grega)?
Em 29 de Agosto, 2005, depois de muitos avisos despercebidos o Furacão Katrina golpeou as costas a sudeste da Lousiana, devastando Nova Orleães, Biloxi, e outras cidades vizinhas, matando praticamente 2000 pessoas, e custando mais do que qualquer outra tempestade na história. Hoje, mais de dois anos depois da tempestade mortal, as cicatrizes do Katrina estão longe de estarem curadas, e o Big Easy está mais longe de estar em paz que nunca.
Além do mais, uma rápida sondagem dos desastres naturais mundiais nos últimos dois anos desde que o Katrina atacou revelam um padrão de acontecimentos de severidade em escala e frequência. As catástrofes que atacaram apenas este verão são suficientes para fazer qualquer pessoa sã estremecer. Diluvio mataram centenas de pessoas na Coreia do Norte; centenas mais foram mortas num terramoto no Peru; milhares morreram na monção da China-inundações instantâneas desencadeadas. Fogos na Itália e Grécia atearam fogo a milhares de hectares, incluindo numerosas colónias que foram simplesmente transformadas em cinzas. Estas aldeias, em tempos pitorescas, serão inabitáveis no futuro previsível.
Do outro lado do oceano, numerosas áreas da América central foram encharcadas com chuvadas incessantes que causaram as rios a subir muito acima dos seus níveis caudais. Como resultado, milhares de Americanos foram desalojados e perderam suas casas. Tantos desastres ocorreram este verão, que é difícil acompanhá-los a todos: os fogos da Califórnia e o tornado que espalmou Greensburg no Kansas são apenas dois exemplos. Talvez o termo "severo aviso meteorológico" deva ser mudado para "ameaça climática hostil."
O Clima Está em Voga
Até Hollywood levou este tópico ao coração. Dois documentários arrebatadores—Inconvenient Truth de Al Gore, e 11th Hour, narrado por Leonardo DiCaprio—são exemplos proeminentes desta moda. Secções sobre o ambiente podem ser encontradas em qualquer jornal sério, e temas relacionados ao clima fazem manchetes diárias. Parece que praticamente 250 depois da revolução industrial, começamos finalmente a aceitar as suas consequências. Se no passado éramos maioritariamente preocupados com a sobrevivência de certas espécies, hoje a sobrevivência de todas as espécies está em risco, incluindo a nossa. Se não revolucionarmos as nossas maneiras de pensar, a natureza irá fazê-lo por nós, e irá cobrar-nos uma coima extremamente alta pelas suas lições.
Uma Nova Visão sobre a Natureza
De acordo com a sabedoria da Cabala, a causa da presente crise reside nas regras que governam a natureza e como nós, humanidade, nos relacionamos a elas. Como a ciência sabe, a natureza mantem-se a si mesma em constante harmonia e equilibrio. Quando este equilíbrio é ameaçado, a natureza usa mecanismos para o restaurar.
O mais fundamental destes é o principio da interligação e união. Este principio determina que todas as partes da natureza trabalham não para se sustentar a si mesmas, mas para sustentar o sistema como um todo. Por outras palavras, por muito inquietante que possa parecer ao olho humano, cada elemento na natureza preocupa-se por todas as outras partes da natureza, não por si mesmo. Este é o (verdadeiro) modo natural.
Ao contrário dos humanos, a força para manter o equilíbrio é um traço inerente em todos os níveis da natureza: imóvel (inanimado), vegetativo, e animado. Os humanos são o único elemento disruptivo. Desta forma, remendar a natureza humana irá automaticamente remendar todas as outras partes da natureza, ao passo que continuando a romper o equilíbrio da natureza iria inevitavelmente prolongar e intensificar os nossos problemas. A Cabala ensina-nos que a única coisa que podemos fazer para nos ajudar-mos a nós mesmos e ao nosso mundo é o de "trabalhar" sobre nós mesmos, substituir o nosso desejo de auto-gratificação com um desejo pela "gratificação do sistema."
Cão Atrás da Cauda
A cada dia que passa, torna-mo-nos mais egoístas, aumentando a nossa alienação uns dos outros e do principio da natureza da união. O homem não só explora outros humanos, animais, plantas e minerais, mas também adora construir-se a si mesmo sobre a desgraça dos outros. Ao o fazer, consistentemente violamos a mais fundamental lei da natureza, lei da união. Mas a natureza não pode ser alterada; as suas regras são constantes. Cada violação das regras da natureza desencadeia o seu mecanismo equilibrador para a acção e promove repercussões inevitáveis. E quanto mais egoístas somos, mais poderosamente activamos as acções da natureza para restaurar o equilíbrio. É por isso que sentimos que a natureza está a fazer uma vingança. Mas não é o caso; ela está simplesmente a tentar corrigir o mal que lhe estamos a causar.
A Natureza não faz, nem pode fazer concessões. Podemos continuar a enterrar as nossas cabeças na areia, mas se o fizermos é provável que encontremos as nossas cabeças enterradas na areia através da acção não solicitada da natureza. Hoje, o relógio faz tique-taque e o tempo está praticamente no fim. Podemos ainda levantar-mo-nos da lama, mas temos de resolver fazê-lo juntos. Esta será a nossa primeira tentativa de agir como a natureza—pela gratificação do sistema.
A Alternativa
Como anteriormente mencionado, os humanos são a única espécie sem a força inerente de manter o equilíbrio, e reciprocidade para com o ambiente. Em vez disso, tiramos o que queremos para nós mesmos. Mas dado que as regras da natureza são predeterminadas e imutáveis, não temos escolha a não ser "escolher unir-nos e reciprocar voluntariamente." Isto na verdade reserva-nos um beneficio que é singularmente reservado aos seres humanos: a habilidade de compreender como e porquê a natureza trabalha como o faz, em vez de seguir cegamente as suas regras.
A sabedoria da Cabala oferece um método testado para estudo próprio e auto-transformação. Na sua base encontra-se uma explicação coerente das leis da natureza, testadas repetidamente pelos Cabalistas durante praticamente cinco milénios. Enquanto que a terminologia Cabalistica mudou ao longo dos anos para se adaptar às necessidades dos estudantes de cada altura, os seus princípios permaneceram fixos como a natureza em si mesma, dado que a natureza é o que estes princípios descrevem. E dado que a natureza não nos equipou a nós com as capacidades da reciprocidade, irá providenciar-nos com os meios de a adquirir através de nossa livre vontade. Além do mais, ao o fazer, a recompensa que a natureza garante aos que se "formem na escola da natureza" são as capacidades omniscientes e omnipotentes da natureza. Tudo o que é necessário é a nossa vontade de o fazer.
Materiais Relacionados:
Obtenha um curso gratuito no Bnei Baruch Learning Center! Inscreva-se para começar um curso de aprendizagem própria imediatamente &/ou juntar-se ao curso de vídeo ao vivo que começa a 6 de Janeiro, 2010. Clique aqui para se registar
Clique Aqui para Receber o mais recente conteúdo de Cabala via E-mail
Material Relacionado:
Kabbalah Today - O Jornal