Muitos estão enganados e comparam nossa sagrada Torá à ética. Mas isso chegou a eles porque eles nunca provaram religião nas suas vidas. Eu invoco-os: “Provem e vejam que o Senhor é bom.” É verdade que tanto a ética e religião se destinam a uma coisa — a elevar o homem acima da imundice do estreito amor próprio e a o trazer às alturas do amor pelos outros.
Mas ainda assim, elas são tão afastadas uma da outra como a distância entre o Pensamento do Criador e o pensamento das pessoas. Pois a religião se estende dos Pensamentos do Criador, e a ética vem dos pensamentos de carne e osso e das experiências de suas vidas. Assim, há uma diferença evidente entre elas, tanto em aspectos práticos e no objectivo final.
Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”
O reconhecimento do bem e mal que se desenvolve em nós através da ética, como nós a usamos, é relativo ao sucesso da sociedade.
Com a religião, todavia, o reconhecimento do bem e mal que se desenvolvem em nós, como nós a usamos, é relativo somente ao Criador, isto é, da disparidade de forma do Fazedor, à equivalência de forma com Ele, que é chamada Dvekut (adesão).
Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”
O objectivo da ética é o bem estar da sociedade da perspectiva da razão prática, derivada das experiências da vida. Mas no fim, esse objectivo não promete ao seu seguidor qualquer exaltação acima das fronteiras da natureza. Logo, este objectivo é sujeito a criticismo, pois quem pode provar a um individuo a medida de seu beneficio de tal maneira que ele seja compelido a sequer diminuir ligeiramente o seu próprio eu em favor do bem estar da sociedade?
O objectivo religioso, contudo, promete o bem estar do individuo que o segue, como nós já mostramos que quando um chega a amar os outros, ele está em directa Dvekut, que é equivalência de forma com o Fazedor, e junto com isso o homem passa de seu estreito mundo, preenchido de dor e impedimentos, a um mundo eterno de dar sobre o Senhor e sobre as pessoas.
Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”
Seguir a ética é apoiado pelo favor das pessoas, que é como uma renda que finalmente compensa. E quando o homem se torna acostumado a este trabalho, ele não será capaz de ascender em graus de ética, pois agora ele se terá acostumado a tal trabalho que é bem recompensado pela sociedade, a qual paga por suas boas acções.
Todavia, ao observar Torá e Mitzvot em prol de agradar a seu Fazedor, sem qualquer recompensa, ele sobe os degraus da ética precisamente à medida que ele o persegue, dado que não há pagamento no seu caminho. E cada centavo é acrescentado a uma grande conta. E finalmente ele adquire uma segunda natureza, que é dar sobre os outros sem qualquer gratificação própria, excepto pelas necessidades básicas de sua vida.
Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”